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O que esperar da economia do Reino Unido com Rishi Sunak como primeiro-ministro?
A vitória de Rishi Sunak na eleição para líder do Partido Conservador – e consequentemente para primeiro-ministro do Reino Unido – coroa uma ascensão política meteórica para o político, o primeiro premiê do país de origem indiana.
Sunak chega ao cargo com uma grande missão: a de equilibrar as contas do governo britânico e colocar a economia do país nos eixos. Em seu currículo, o conservador de 42 anos coleciona passagens pelo ministério das Finanças, pela secretaria do Tesouro e atuação no Parlamento desde 2015.
Quando atuou no Tesouro do Reino Unido, o ex-gerente de fundos de hedge ganhou a reputação de pragmático e mão firme.
No último meses, ele vem sendo um dos principais críticos da política econômica de Liz Truss, chamando a política de cortes de impostos de “economia de conto de fadas” e afirmando que ela arriscaria desestabilizar as finanças públicas britânicas e provocar uma possível reação dos mercados.
Seus avisos se confirmaram algumas semanas depois, quando Truss lançou um plano econômico que combinava cortes de impostos com um grande programa de subsídio de energia, provocando enorme turbulência do mercado que a forçou a recuar e, eventualmente, renunciar.
A experiência de Sunak como ministro das Finanças, quando ele aumentou impostos para manter as finanças públicas sob controle, bem como seus recentes alertas sobre os planos de Truss lhe renderam uma reputação dentro do partido como alguém que pode estabilizar os mercados após a turbulência das últimas semanas e enquanto o país luta contra uma inflação de dois dígitos e desaceleração do crescimento econômico.
Em sua candidatura, ele prometeu “consertar nossa economia, unir nosso partido e entregar pelo nosso país”.
Espera-se que o Tesouro do Reino Unido apresente no dia 31 de outubro seu novo plano econômico, que devem incluir cortes de gastos públicos e possíveis aumentos de impostos, à medida que buscam estabilizar as finanças públicas do país. O ministro das Finanças Jeremy Hunt apoiou Sunak logo após Boris Johnson ter desistido da disputa.
Porém, segundo críticos, o problema de Sunak é que ele é rico demais para atrair eleitores da classe trabalhadora. Isso pode ser problemático, especialmente porque o próximo primeiro-ministro terá que fazer cortes duros nos gastos públicos para apaziguar os investidores nervosos com as finanças do país. A esposa de Sunak, Akshata Murty, é filha de um empresário indiano bilionário. Estima-se que o novo premiê fosse o membro mais rico da Câmara dos Comuns.
Sunak disse em outras oportunidades que sua ascensão à riqueza incorpora os valores meritocráticos do Partido Conservador. Seus avós emigraram para o Reino Unido na década de 1960 e são originários da Índia. Sua mãe administrava uma farmácia no sul da Inglaterra e seu pai era médico.
Sunak frequentou uma escola particular britânica de elite e depois passou a trabalhar para o Goldman Sachs. Foi enquanto fazia um MBA em Stanford que ele conheceu sua futura esposa. Depois de um período trabalhando em fundos hedge que ele entrou na política, onde teve uma rápida ascensão no Partido Conservador. Seu apoio inicial ao Brexit durante o referendo de 2016 o favoreceu a crescer dentro do grupo político.
Porém, Sunak será forçado a buscar apoio com aliados de Boris Johnson, com quem tem relação conturbada.
A inimizade entre o Sunak e Johnson é profunda. Johnson nomeou Sunak como seu ministro das Finanças, elevando-o a um dos cargos mais altos do país em 2020. No entanto, após uma série de escândalos, Sunak renunciou ao cargo, dizendo que eles tinham opiniões divergentes sobre a economia. A renúncia desencadeou uma avalanche de outras demissões que eventualmente forçaram Johnson a deixar o cargo.
Na corrida para encontrar seu sucessor, Johnson então apoiou de forma privada Truss para assumir o cargo de primeira-ministra, em vez de Sunak, que foi considerado como um traidor conservador por muitos membros do partido devido sua saída do governo de Johnson.
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