PDT anuncia apoio a Lula no segundo turno das eleições e diz que Ciro Gomes endossa decisão
O PDT anunciou o ao apoio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno contra o atual chefe do Planalto, Jair Bolsonaro (PL). O anúncio foi feito após a reunião da Executiva nacional do partido. Já há consenso entre pedetista para o apoio a petista. Conforme o GLOBO antecipou ontem, o ex-presidenciável da sigla, Ciro Gomes, vai seguir a decisão da legenda. Ele, no entanto, não deve fazer campanha para o petista.
“A decisão foi unânime. Foi uma decisão unânime e agora vamos comunicar isso com o PT”, disse Carlos Lupi, presidente nacional do PDT. “Apoiar o mais próximo da gente, o Lula. Uma candidatura do 12+1”, completou.
O presidente do PDT afirmou ainda que Ciro Gomes endossa a decisão tomada pelo partido. “Ciro participou da reunião e disse que seguira integralmente a decisão do partido.”
Sobre as críticas de Ciro a Lula, o chefe do partido disse que o processo político às vezes se acirra. “Vivenciei isso com Lula e Brizola”, disse Lupi, lembrando o ex-governador do Rio e ícone político da sigla, Leonel Brizola. “Ciro participou da reunião e disse que seguira integralmente a decisão do partido”, confirmou.
Lupi disse que não admitirá apoio a Bolsonaro de políticos filiados ao PDT. Desde ontem, o presidente do partido tem conversado com lideranças do PT sobre o apoio ao ex-presidente. O cacique pedetista negociou para que a campanha de Lula absorva propostas caras ao PDT em troca do palanque ao ex-presidente, dentre as quais o programa de renda mínima de R$ 1 mil e de zerar e renegociar as dívidas de famílias no SPC, defendidos por Ciro Gomes. Outra proposta é a de implementação de ensino em tempo integram no Ensino Fundamental.
Historicamente, o PDT sempre esteve ao lado do PT em disputas de segundo turno à Presidência. Em 2018, o partido pedetista anunciou “apoio crítica” ao ex-ministro Fernando Haddad, então candidato petista, já no domingo, logo após o resultado. Na ocasião, pesou para a decisão a posição de Ciro, que junto com o irmão, Cid, viam no apoio uma forma de fortalecer a aliança entre os dois partidos no Ceará, berço político da família Ferreira Gomes.
Ciro ficou em quarto lugar na disputa ao Palácio do Planalto, com apenas 3% dos votos. Em sua primeira declaração após a derrota, o pedetista afirmou estar “profundamente preocupado” com o futuro do país, além de pedir um tempo antes de se posicionar.
Ao longo da campanha, o pedetista deferiu duros ataques a Lula e o clima entre os dois piorou na reta final, quando o petista adotou a estratégia do voto útil, ou seja, priorizou a atração de eleitores de Ciro sob argumento de que o pedetista não tinha chance de vencer a eleição e, portanto, a opção por Lula seria o caminho mais eficiente para derrotar Bolsonaro.
Apesar dos embates, apurou a reportagem, Ciro considera necessário uma unificação do PDT, que saiu enfraquecido da eleição. A legenda perdeu duas cadeiras na Câmara Federal, saindo de 19 para 17 deputados, não conseguiu eleger nenhum de seus candidatos aos governos estaduais.
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