Lula deve enfrentar maior resistência para aprovar pautas do governo na Câmara, mostra pesquisa
Apenas 47% dos parlamentares ouvidos avaliaram como altas as chances de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovar agenda de seu interesse na Casa
Uma pesquisa de opinião Genial/Quaest com deputados federais mostrou um ambiente difícil para o governo na Câmara dos Deputados. Apenas 47% dos parlamentares ouvidos avaliaram como altas as chances de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovar agenda de seu interesse na Casa, o mesmo percentual dos que consideram a possibilidade baixa.
Outra pesquisa feita pela Genial/Quaest em agosto do ano passado mostrou panorama diferente, com 56% afirmando que a chance era alta e 37%, que era baixa.
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A maior variação entre os dois levantamentos se deu no universo da amostra que se diz governista. Em agosto, 87% acreditavam na aprovação da pauta do Planalto. No deste mês, são 71%.
Pauta do governo em baixa
A avaliação pessimista entre os governistas sobre a pauta do governo passou de 10% para 27%
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A sondagem atual consistiu em 183 entrevistas, ou 35% do total de deputados, que foi estratificada por bancadas regionais. A mesma metodologia foi usada no levantamento anterior.
A representação por partido mostra algum desvio em relação ao tamanho atual das bancadas partidárias. O PL por exemplo, responde por 24% da amostra divulgada esta quarta e é 18% no plenário. Entre os entrevistados, 15% são do PT. No plenário, há 13% de petistas. Juntos, os partidos que tracionam a polarização no país contam com 39% das entrevistas, sendo que são 31% da Câmara. Na pesquisa feita pelo mesmo instituto em agosto, PL e PT somados eram 33% da amostra.
União Brasil, PP, MDB e Republicanos, que somam 38% dos deputados em exercício de mandato, são 31% dos que responderam ao questionário.
Interlocução de parlamentares com governo é ponto sensível
A grande maioria dos entrevistados (64%) diz que o governo Lula dá menos atenção aos parlamentares do que deveria, embora 77% afirmem que já foram recebidos por algum ministro, sendo que 33% admitem que estiveram com alguém do primeiro escalão mais do que seis vezes desde o início do governo.
O interlocutor mais frequente é o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), com 12% das menções espontâneas. O segundo mais citado é o ministro das Cidades, Jader Filho (MDB) , com 4%.
O coordenador do PAC no governo, ministro da Casa Civil Rui Costa (PT), foi mencionado por apenas 2%. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), foi mencionado por 1%. A maior parte dos entrevistados, contudo, disse não ter um interlocutor específico (43%).
Governo: avaliação negativa é maior que a positiva
No microcosmo da Câmara, o sentimento em relação à avaliação do governo vai na mesma direção da registrada pela Genial/Quaest entre agentes de mercado e na opinião pública em geral.
Entre os deputados a avaliação negativa é maior que a positiva. 43% a 33%. Na pesquisa feita pelo instituto com agentes de mercado a reprovação era de 64%. Na opinião pública em geral positivo e negativo empatam, com 33%, em um encontro de curvas até então não observado, já que no levantamento anterior 37% viam a gestão federal positivamente e 27% negativamente.
Para 55% dos deputados entrevistados, a política econômica do País está indo na direção errada. Deles, 80% não veem chance de o governo cumprir a meta de déficit zero para este ano. Outros 44% gostariam que a meta fosse reduzida para um déficit de 0,5%.
Folga eleitoral
Os deputados sinalizam que devem mesmo parar os trabalhos na Casa durante o período eleitoral. Nada menos que 80% pretendem se envolver na disputa da eleição municipal.
Mas 54% pensam que a polarização na sociedade este ano será menor do que a registrada na eleição de 2022.
As entrevistas foram realizadas entre 29 de abril e 20 de maio e a margem de erro é de 4,4 pontos percentuais.
Com informações do Valor Pro, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico