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Presidente do BC seria a favor de meta de inflação mais alta, dizem fontes
A equipe econômica do governo está considerando uma revisão antecipada das metas de inflação do país, em uma tentativa de aliviar as tensões entre o Banco Central e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vem pressionando publicamente por metas mais altas e taxas de juros mais baixas, de acordo com dois funcionários do governo com conhecimento do assunto.
O Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão do governo responsável por definir essas metas, tradicionalmente realiza uma discussão sobre o assunto em junho, quando se esperava definir uma meta para 2026.
Mas as crescentes reclamações de Lula de que os juros de 13,75% estão sufocando a economia fazem com que alguns membros da equipe econômica tentem trazer uma discussão para um possível aumento das metas, atualmente fixadas em 3,25% para 2023 e 3% para os próximos dois anos, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque a discussão não é pública.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, seria a favor de uma meta mais alta, disseram as fontes. Ele tem assento no conselho, juntamente com os ministros da Fazenda e do Planejamento. A próxima reunião do conselho está marcada para 16 de fevereiro.
O BC se recusou a comentar. O Ministério da Fazenda disse que o CMN não publica assuntos que vai discutir com antecedência, só depois de tomada uma decisão. O Ministério do Planejamento não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Críticas ao BC
Lula, diante de uma economia enfraquecida que ameaça sua capacidade de cumprir as promessas de campanha, intensificou as críticas ao BC nas últimas semanas. Ele questionou uma lei que deu ao banco a tão almejada autonomia em 2021 e pediu aos empresários que se juntem a ele para protestar contra o nível das taxas de juros.
Em entrevista à TV em 18 de janeiro, o presidente disse que a meta de inflação ideal para um país emergente como o Brasil é de 4,5%, a mesma que vigorou durante seus dois mandatos anteriores. Mesmo que concorde em aumentar a meta de inflação, é improvável que o conselho monetário chegue a estabelecer novamente uma meta de 4,5%, já que tal nível contribuiria para a indexação da economia brasileira, disse uma das pessoas.
Por outro lado, uma meta de inflação ligeiramente mais alta permitiria ao BC começar a cortar as taxas de juros mais rapidamente, disseram as fontes. A autoridade monetária informou que manterá a taxa básica de juros (Selic) em seu nível atual até que as expectativas de inflação retornem às metas.
Com informações da Bloomberg.
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