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Aceno do PT ao mercado ‘é suficiente para atrair mais investidores estrangeiros’, diz Stuhlberger
A aparição de Lula entre Geraldo Alckmin, seu vice, e Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, na segunda (19) foi repercutida como uma simbólica carta de intenções ao mercado do candidato pelo PT à presidência.
Em evento organizado pela B3 e pela Anbima nesta terça (20), Luis Stuhlberger, sócio-fundador da Verde Asset Management, e Pedro Parente, ex-presidente da Petrobras e atual presidente do conselho de administração da BRF, avaliaram como positiva as iniciativas de Lula e apontaram para um possível pacto de amizade com o mercado, que poderia atrair capital estrangeiro ao país.
Stuhlberger disse que “um aceno moderado do PT”, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhe a eleição presidencial deste ano, “é suficiente para trazer mais investidores estrangeiros”.
Entretanto, segundo ele, na tarefa de atrair capital externo, uma simplificação tributária deve ser aprovada, mesmo com a resistência da sociedade.
Na visão de Stuhlberger, o investidor estrangeiro gosta do Brasil. “Somos o inferno fiscal, tributário e trabalhista, mas ao mesmo tempo não somos o inferno para o estrangeiro”, disse, durante painel. Para o gestor, o Brasil não é hostil com investidores de fora, como acontece em outros países.
Em outro momento do painel, Stuhlberger disse que ninguém ainda sabe “o que o Lula quer da vida”, mas que é certo que ele quer passar para a história como um estadista.
“O problema é que a esquerda acredita que o Estado tem que ser o indutor do crescimento, que se ele não gasta, o crescimento não vem”, afirmou. “Esse vai ser um dilema, juntamente com a governabilidade, que vai ser mais difícil.”
O lado bom, afirmou Stuhlberger, é que, em caso de vitória, provavelmente Lula não será radical, algo positivo para o mercado.
Brasil e China
No mesmo painel, Pedro Parente disse que a melhora da relação entre Brasil e China, esperada em um eventual governo Lula, deve ajudar na atração de investidores estrangeiros para o país.
“Não estou defendendo, nem declarando voto, mas com a esperada melhora da relação teremos uma oportunidade de recuperar a atratividade”, afirmou.
Para Parente, o Brasil vive hoje um momento único, podendo ser o país emergente de escolha de investidores estrangeiros, considerando fatores como a guerra envolvendo a Rússia. Nesse contexto, uma boa relação com a China abre oportunidades “extraordinárias”.
Orçamento secreto é “banalização do mal”
Parente criticou ainda o que chamou de “banalização do mal e de desvios” no país, afirmando que faltou indignação na sociedade quando o chamado “orçamento secreto” foi aprovado. “Isso é inaceitável. No meu tempo se a gente fosse ao Congresso e falasse de orçamento secreto você seria preso”, afirmou.
“Isso nos leva à mediocridade. A gente como sociedade está se acostumando a aceitar coisas muito abaixo daquilo que seria o potencial do nosso país.”
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