PT define sucessão após Gleisi assumir ministério

A Executiva Nacional do PT vai se reunir depois do Carnaval para definir o processo de sucessão interna com a nomeação da atual presidente da sigla, deputada Gleisi Hoffmann, para o cargo de ministra da Secretaria de Relações Institucionais.
Dois quadros são cogitados para a vaga: o senador Humberto Costa (PT-PE) e o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (CE), ambos vice-presidentes da sigla e integrantes da tendência majoritária, Construindo um novo Brasil (CNB), a mesma de Gleisi e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O partido terá de escolher um dirigente para exercer a presidência interina pelo prazo de quatro meses. Para o cargo, uma exigência é que o postulante seja membro do Diretório Nacional.
Não haverá disputa interna, diz Humberto Costa
Ao Valor, Humberto Costa confirmou que a Executiva Nacional vai se reunir nesta quinta ou sexta-feira para tratar da escolha do interino, e negou que haja clima de disputa pelo posto.
“Não haverá disputa interna por essa função se o deputado Guimarães quiser esse espaço”, afirmou. “Ele poderá ter o meu apoio sem nenhum problema”, acrescentou.
Paralelamente, a CNB também deverá fazer uma reunião interna para discutir o tema. A corrente majoritária detém 13 dos 29 cargos da Executiva Nacional.
Interlocutores de Guimarães ouvidos pelo Valor dizem que ele não decidiu sobre o mandato-tampão, porque nessa hipótese, teria de se afastar da liderança do governo na Câmara. Ele foi cotado para o ministério de Relações Institucionais, mas Lula escolheu Gleisi.
As eleições para a escolha do novo presidente e da nova direção nacional, para as quais todos os filiados poderão votar, estão agendadas para o dia 3 de julho. Para assumir a vaga no ministério de Lula, Gleisi tem de se afastar da presidência da sigla, conforme normas da Comissão de Ética da Presidência.
Edinho Silva é favorito para assumir o PT
Até o momento, o nome favorito para suceder a Gleisi na presidência nacional do PT é o do ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva, também integrante da CNB e que tem o apoio de Lula. Edinho também foi ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) no governo Dilma Rousseff.
Ele não pode assumir como interino porque não tem assento no Diretório Nacional do PT. Mas o Valor apurou que ele disse a interlocutores que não tem interesse no posto porque está se dedicando à campanha para a vaga de Gleisi. Edinho tem viajado o país, visitando diretórios estaduais, e participando de atos de novas filiações.
Até o momento, Edinho ainda enfrenta resistências ao seu nome no grupo mais próximo de Gleisi na CNB, e tem o desafio de contornar esse impasse até a eleição.
Em contrapartida, ele tem o apoio de caciques nacionais do PT, como o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, da Educação, Camilo Santana, e o futuro ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
*Com informações do Valor Econômico
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