PT pede ao TSE providências sobre intolerância e violência política
Coligação pede a criação de um canal direto, no site do tribunal, para denúncias de violência, entre outras medidas
A coligação Brasil da Esperança, do ex-presidente e atual candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), solicitou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedidos de providências sobre o crescente cenário de intolerância e violência política no Brasil na terça-feira (13/9). A coligação pede a criação de um canal direto, no site do TSE, para denúncias de violência política, além de outras providências de prevenção para garantir a paz durante o período eleitoral.
O documento, assinado pelos advogados do PT, Cristiano Zanin e Eugênio Aragão, atribui os episódios de violência política no Brasil a uma estratégia orquestrada pelo candidato Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores. Ainda de acordo com a coligação, o atual presidente busca acirrar a rivalidade na população por meio do discurso de intolerância e ampliação do acesso às armas, que se dá a partir de decretos que aumentam o porte e propriedade de armas e maior possibilidade de compra de munições.
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De acordo com a peça, a construção da violência política faz uso de fake news e se guia por três eixos: a construção do ideário e sentimento intolerante e violento, a partir de publicações, narrativas e falas contundentes de Jair Bolsonaro; subsídio armamentista, a partir da regulação do Poder Executivo para armar a população; consumação da violência política, instaurando-se o temor e ceifando a liberdade de expressão e cidadania política.
A peça protocolada no TSE traz uma série de reportagens e de tweets de Bolsonaro e seus apoiadores. Um exemplo é a mensagem em 12 de janeiro de 2019, quando Bolsonaro postou em seu perfil oficial do Twitter uma publicação associando o Movimento Sem Terra (MST) às facções criminosas PCC e Comando Vermelho.
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Segundo o documento, são comuns postagens associando partidos de esquerda a movimentos criminosos e partidos de direita com valores como a família. “A narrativa traçada emplaca a associação de pessoas ideologicamente alinhadas à esquerda com, não apenas a defesa de criminosos, assassinos etc., mas também atribuindo-lhes a própria prática de crimes, numa indução ao ‘eles contra nós’, sendo que o ‘nós’ é o tido ‘cidadão de bem’”, diz um trecho da peça com 278 páginas.
Ainda segundo a peça, com o advento do ano de 2022, ano eleitoral, o objetivo de Bolsonaro de reforçar a polarização política se intensificou, “buscando disseminar a associação direta de que o Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva e seus apoiadores seriam intimamente ligados ao crime organizado e, portanto, criminosos”. E traz uma postagem no dia 29 de maio de 2022, quando Bolsonaro escreveu: “Para cada assaltante, latrocida, sequestrador, estuprador, homicida que a esquerda defende e chora a morte, há dezenas, centenas, milhares de cidadãos inocentes que são aterrorizados por eles e são totalmente ignorados”.