Em reunião, Lula cobra coesão: ‘Não queremos propostas de ministros’

Lula diz que propostas de ministros devem ser transformadas em projetos de governo e ressalta papel de Haddad e Tebet no controle orçamentário

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em reunião ministerial. Foto: Joédson Alves/ Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em reunião ministerial. Foto: Joédson Alves/ Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repreendeu, hoje, ministros que divulgaram ações de governo sem consultar antes a Casa Civil, responsável pela coordenação do Executivo. Ironicamente, disse que autores de “genialidades” precisam compartilhar as ideias para criar ações de governo, não de ministros. A fala ocorreu na abertura de uma reunião ministerial — a segunda em menos de uma semana, com 19 ministros presentes.

“É importante que nenhum ministro ou ministra anuncie publicamente qualquer política pública sem ter sido acordado com a Casa Civil, que é quem consegue fazer com que a proposta seja do governo. Nós não queremos propostas de ministros. Todas as propostas de ministros devem ser transformadas em propostas de governo e só será quando todo mundo souber o que será decidido”, afirmou Lula.

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Lula cobra coesão do governo por aperto orçamentário

“É importante que, antes de anunciar qualquer genialidade que alguém possa, faça uma reunião com a Casa Civil, para que ela converse a Presidência da República e gente possa chamar o autor da genialidade e então anunciar publicamente”, disse Lula em discurso de abertura.

Lula argumentou que a medida é essencial para manter a coesão do governo e garantir a sua execução, em linha com as condições orçamentárias.

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“Vocês terão todo o apoio, combinando com o Haddad [ministro da Fazenda] e a Simone [ministra do Planejamento], que são as pessoas que cuidam do caixa do governo, para que a gente não erre, não prometa o que não pode cumprir, para que a gente faça apenas o que está dentro das nossas possibilidades”, explicou Lula

“Se for para arriscar, que seja com viés de acerto acima de 80%, a gente não pode correr risco de anunciar coisa que não vai acontecer”, complementou.

Ao encerrar o discurso inicial, o petista reiterou a orientação aos ministros sobre os programas de governo: “A minha sugestão para que a coisa fique bastante correta, coesa e harmônica, é que ninguém anuncie nada, absolutamente nada que seja novo, sem passar pela Casa Civil”.

Lula anunciou que durante a reunião ministerial, fechada à imprensa, citará casos de divulgações antecipadas que não podem se repetir.

O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, afirmou recentemente que um novo programa do governo terá passagens aéreas a R$ 200 para aposentados, estudantes e servidores públicos. Na ocasião, estimou a emissão de 12 milhões de passagens aéreas anualmente. Seriam comprados assentos ociosos nas aeronaves para oferecer os bilhetes durante os meses de menor procura.

Reunião ministerial foi para cobrar ações sociais

O principal objetivo da reunião ministerial desta terça-feira foi listar projetos prioritários para definir o que podem ser executados nos 100 primeiros dias, em um ano e ao longo de toda a gestão. Também devem ser abordadas estratégias de produtividade para cada pasta.

A ideia de Lula é que, quando retornar da viagem que vai fazer à China, no final deste mês, já tenha ações mais claras para visitar Estados brasileiros e realizar alguns anúncios, além de inaugurar obras. O petista tem repetido que quer ficar apenas dois dias em Brasília e cinco viajando pelos Estados durante a semana.

Na semana passada, Lula realizou um encontro ministerial nos mesmos moldes, no entanto, focado na área de infraestrutura.

À tarde, Lula participa de evento de encerramento da 84º reunião geral da Frente Nacional de Prefeitos em um hotel da capital federal. A expectativa é de que o presidente aborde, entre outros pontos, a reforma tributária.

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