Não há sinal de que as pessoas queiram mudar a PEC da Transição, diz Lula
O presidente eleito disse que a PEC foi conversada com o presidentes do Senado e da Câmara
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira que não há um valor mínimo além do teto de gastos que ele deseja obter com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, enviada ao Congresso nesta semana. Ele falou ainda que não há sinal de que os parlamentares queiram promover mudanças na PEC, mas ponderou que “se precisar ter acordo, nós sabemos negociar”.
A proposta retira do cálculo do teto os valor total dos benefícios pagos pelo Bolsa Família de R$ 600, estimado em R$ 175 bilhões. Ontem, aliados do presidente disseram que o mínimo aceitável seria um gasto extrateto de R$ 140 bilhões. Um relatório do Itaú Unibanco estima uma folga de R$ 96 bilhões gastos do novo governo.
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“Não tem valor mínimo. Você é muito jovem. Se um dia você tiver que negociar, nunca ceda na tua proposta principal antes do limite da negociação. Se eu já agora colocar um limite para menos, é o de menos que vai valer. Então, se eu tiver que falar, eu falo para mais”, disse Lula a uma repórter que o questionou sobre o assunto.
“O que me interessa é a PEC que nós mandamos. Essa PEC já foi conversada com o presidente da Câmara e o presidente do Senado. Já foi conversada com várias lideranças. Até agora não há sinal de que as pessoas querem mudar a PEC. As pessoas sabem que não é o governo que precisa dessa PEC, é o Brasil que precisa dessa PEC.”
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Lula critica Bolsonaro por verbas no Orçamento
Lula criticou o governo do presidente Jair Bolsonaro por ter deixado um Orçamento sem verbas suficientes para gastos que ele considera essenciais.
“Quem deveria ter colocado a quantidade de recursos no Orçamento era o atual governo. O que ele está fazendo é tirar mais dinheiro, mais dinheiro da Saúde, mais dinheiro da Educação. Me parece que eles querem deixar este país a zero para a gente começar a governar”, disse. “Nós queremos a PEC porque nós precisamos investir em algumas coisas. Nós precisamos retomar o Minha Casa, Minha Vida, nós precisamos colocar um pouco de dinheiro no SUS. Nós temos coisas imprescindíveis para o povo brasileiro. Então, eu espero que o Congresso Nacional, Câmara e Senado, tenham sensibilidade e possam votar do jeito que nós queremos. Se precisar ter um acordo, nós também sabemos negociar.”
Lula também foi instado a comentar as negociações no Congresso para que se incluam as emendas de relator, o chamado “orçamento secreto”, no texto da PEC, tornando-as impositivas. Ele disse não haver espaço para isso e que as emendas devem ser liberadas “de acordo com os interesses do governo”.
“Dentro da PEC de transição não há espaço pra discutir emenda. Eu fui favorável que o deputado tenha emenda, mas que ela não seja secreta. É importante que a emenda seja dentro da programação de necessidade do governo. E que essa emenda seja liberada de acordo com os interesses do governo”, afirmou.
“Não pode continuar da forma que tá. Acho que todo mundo entende isso. Eu estou muito tranquilo porque já conversei com muitos deputados e a PEC não trata de emenda. A PEC trata das necessidades básicas do nosso país.”