Tarciana Medeiros, do BB (BBAS3): ‘Não há nenhuma pressão e direcionamento do governo Lula’
Presidente diz que banco não vai atuar 'com linhas de negócios que não tragam resultados adequados'
A presidente do Banco do Brasil (BBAS3), Tarciana Medeiros, afirmou nesta terça-feira (16) que “não há nenhuma pressão e direcionamento” do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que o banco “atue com linhas de negócios que não tragam resultados adequados”.
Em conferência ao mercado referente ao primeiro trimestre deste ano, Tarciana foi questionada sobre a governança do banco e eventuais pressões para que a instituição financeira perda rentabilidade.
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Na segunda-feira (15), ao divulgar os resultados dos primeiros três meses da gestão de Tarciana Medeiros, o BB informou que registrou lucro líquido ajustado de R$ 8,550 bilhões no primeiro trimestre, o que representa queda de 5,4% frente ao quarto trimestre e alta de 28,9% em relação a igual período de 2022.
“Não vemos espaço para atuar com política de crédito sem amparo técnico, que vai de encontro à política de crédito do Banco do Brasil”, comentou.
“Estamos muito seguros na autonomia em gerir o BB e vamos levar adiante, desenvolvendo negócios e concedendo crédito, levando em consideração a estrutura de governança na tomada de decisão, com produtos que tragam retorno adequado”, considerou.
Em relação à governança do banco, a presidente ressaltou que o BB tem “uma estrutura forte, com decisões que são tomadas de forma colegiada”.
‘Tom conservador’
O CFO do Banco do Brasil, Geovanne Tobias, afirmou que a instituição financeira ainda tem adotado um tom conservador e não considera, neste momento, revisar suas projeções (guidance) para este ano, apesar dos resultados confortáveis do primeiro trimestre deste ano.
“Gostamos de ser conservadores. Temos o conhecimento e sabemos de como o ambiente ainda exige cautela e prudência”, disse o CFO do BB em teleconferência ao mercado. “Somos um banco e temos responsabilidade no capital”, afirmou.
Ele também disse que o BB ainda precisa “ampliar esforços para aumentar recuperação de crédito”. “Daí o fato de a gente não fazer ajustes [no guidance]. Não teremos problemas em ajustar, mas está cedo para alterar as projeções”, disse Tobias.
O CFO do BB também disse que o banco já está avaliando impactos na margem financeira a partir o segundo semestre, quando o Banco Central começar a reduzir a taxa de juros.