Em entrevista sobre os primeiros 100 dias de governo, Trump diz ter conversado com Xi; China nega

Ao abordar a atuação na área de comércio de seu governo, Trump defendeu sua abordagem de aplicar tarifas recíprocas dizendo que o déficit comercial americano fazia com que o país perdesse 'trilhões de dólares'
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  • Trump afirmou em entrevista que Xi Jinping ligou para discutir tarifas comerciais.
  • A China nega as alegações, classificando-as como ‘notícias falsas’.
  • O presidente americano defendeu a aplicação de tarifas, alegando perdas de trilhões de dólares.
  • Trump também comentou sobre a guerra na Ucrânia, o Oriente Médio e impostos sobre milionários.
  • Apoiou uma lei que proíbe membros do Congresso de operar no mercado de ações.
  • A deportação de um imigrante gerou controvérsia e acusações de falta de devido processo legal.
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O presidente Donald Trump disse em entrevista que o presidente da China, Xi Jinping, ligou para ele para discutir tarifas após representantes do governo de Pequim terem negado qualquer avanço na negociação comercial entre as nações.

Em entrevista para a revista Time sobre um balanço dos 100 primeiros dias de seu segundo turno, Trump afirmou que o líder chinês “ ligou para ele”, e que seu governo está em negociações com os chineses para fechar um acordo.

O secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e outro funcionário do governo confirmaram as negociações, segundo a Time. Pequim contesta a afirmação.

“Não acho que isso [ligar para os EUA] seja um sinal de fraqueza da parte dele [Xi Jinping]”, disse Trump sobre o líder chinês.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, disse ontem que as alegações dos EUA de que estavam ocorrendo discussões ativas eram “notícias falsas”.

Hoje, Jiakun afirmou que “a China e os Estados Unidos não consultaram nem negociaram sobre a questão das tarifas” e que “os Estados Unidos não deveriam confundir a população”.

Trump voltou a defender a aplicação de tarifas

Ao abordar a atuação na área de comércio de seu governo, Trump defendeu sua abordagem de aplicar tarifas recíprocas dizendo que o déficit comercial americano fazia com que o país perdesse “trilhões de dólares” para outros países e que está negociando “200 acordos comerciais” e que pretende finalizá-los “entre três a quatro semanas”.

Trump também detalhou sua abordagem na busca de encerrar conflitos mundiais, como a guerra na Ucrânia e na Faixa de Gaza, além de negociações com o Irã.

Sobre a guerra da Ucrânia, Trump declarou: “A Crimeia ficará com a Rússia. E (o presidente ucraniano Volodymyr) Zelensky entende isso, e todos entendem que ela está com eles há muito tempo. Está com eles muito antes de Trump aparecer”. O presidente americano também culpou o governo de Kiev pela invasão russa.

Sobre o Oriente Médio, Trump disse que a Arábia Saudita irá assinar os Acordos de Abraão, uma série de acordos de normalização das relações entre países árabes com Israel, que foram firmados durante seu primeiro mandato. O presidente americano também disse acreditar que os EUA farão um acordo com o Irã.

Impostos sobre milionários

Quando questionado se iria considerar “aumentar os impostos sobre milionários”, Trump disse não se importar de ter “um aumento de imposto, e a única razão pela qual eu não apoiaria isso é porque vi o caso do Bush, quando ele disse, ‘Leiam meus lábios’ e perdeu uma eleição.”

Trump estava se referindo ao presidente George H. W. Bush, que durante a eleição presidencial de 1988 declarou: “Leiam meus lábios: sem novos impostos”. O republicano, após empossado, aumentou os impostos e não conseguiu ser reeleito.

O presidente americano também foi questionado sobre as acusações feitas contra ele e membros de seu governo de que estariam usando informações privilegiadas para operar no mercado financeiro e se apoiaria uma lei que proibisse membros do Congresso de atuar no mercado acionário.

Trump disse que apoiaria qualquer medida que proibisse membros do Congresso de atuar no mercado de ações.

Ações na área de imigração foram questionadas

O tema da imigração também foi abordado sobre sua política de imigração, em especial o caso de Kilmar Armando Ábrego García, homem de 29 anos que foi deportado para El Salvador em março, apesar de não ter sido acusado de qualquer crime.

O caso provocou comoção nacional e acusações de que o governo não estava seguindo o devido processo legal para realizar as deportações.

A Suprema Corte dos EUA admitiu “erro administrativo” na deportação de García e exigiu que o governo garantisse o retorno do homem ao país. Em resposta, a Casa Branca disse que ele “nunca mais” voltará ao país.

Quando questionado se pediu para que o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, pela extradição de Garcia, Trump disse que não.

“Meus advogados não me pediram para pedir isso […] ninguém me pediu para fazer essa pergunta, exceto você”, disse Trump à Time.

*Com informações do Valor Econômico

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