Vance x Walz: 9 pontos para saber antes do debate entre vices nos EUA

O debate entre os candidatos a vice-presidente dos Estados Unidos nesta terça-feira (1º), o governador democrata de Minnesota, Tim Walz, e o senador republicano J.D. Vance, dará a duas figuras políticas menos conhecidas a oportunidade de representarem seus indicados presidenciais

Além de uma chance de mostrar que são substitutos credíveis para a Casa Branca.

Veja a seguir nove coisas para saber antes do confronto:

Quando é o debate?

O debate de 90 minutos, organizado pela emissora americana CBS News em seus estúdios de Nova York, está programado para começar às 21h, horário do leste dos EUA (22h no horário de Brasília).

As apresentadoras Norah O’Donnell, do programa CBS Evening News, e Margaret Brennan, do Face the Nation, serão as moderadoras do confronto.

Espera-se que a audiência seja menor do que os 67 milhões que assistiram ao debate entre a vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump em 10 de setembro.

Quatro anos atrás, 58 milhões de pessoas assistiram ao debate entre Kamala e o então vice-presidente Mike Pence, a segunda maior audiência para um debate vice-presidencial, segundo a Nielsen.

A audiência ficou atrás dos quase 70 milhões que assistiram Sarah Palin e o presidente Biden em 2008.

Quais são as regras?

A CBS afirmou que reserva o direito de silenciar os microfones, mas eles permanecerão ligados na maior parte do tempo.

Não haverá declarações iniciais, mas cada um terá dois minutos para as declarações finais.

Vance ganhou no cara ou coroa e escolheu falar por último, então ele terá o discurso final.

Cada participante receberá uma caneta, um bloco de papel e uma garrafa de água, mas não poderá levar anotações pré-escritas.

Questões para Walz

É provável que o candidato democrata seja questionado sobre sua gestão dos distúrbios em Minneapolis após a morte de George Floyd pela polícia.

Além disso, como foi seu governo durante a pandemia de covid-19 e sua saída da Guarda Nacional.

Também pode ser assunto a guinada à esquerda nas políticas de Minnesota durante seu mandato como governador.

Questões para Vance

Vance provavelmente será questionado sobre seu comentário de 2021 de que o país é governado por “senhoras de gatos sem filhos”.

Além disso, e por que ele divulgou uma falsidade de que haitianos em Ohio estavam comendo animais domésticos.

Também pode ser solicitado que explique por que, em 2016, chamou Trump de idiota e o comparou a Adolf Hitler e por que, até 2020, continuava sendo crítico dele.

Como a experiência política de Vance e Walz se destacará?

Walz tem mais experiência em debates, com mais de uma década no Congresso e duas campanhas para governador.

Enquanto Vance ganhou mais experiência na mídia nacional desde sua eleição ao Senado em 2022.

Os republicanos estão destacando a experiência de Walz em debates para reduzir as expectativas para Vance.

Mas as apresentações claras de Vance durante as primárias republicanas de 2022 no Senado de Ohio chamaram a atenção de Trump e garantiram seu apoio.

Eles também diferem em experiência de vida e temperamento. Aos 60 anos, Walz é 20 anos mais velho que o senador.

Quem será mais carismático?

Ambos foram escolhidos, ao menos em parte, por seu potencial de conquistar eleitores brancos da classe trabalhadora, especialmente nos Estados decisivos do norte.

Walz provavelmente mencionará futebol (ele é ex-treinador de ensino médio) e posse de armas, talvez destacando sua pontaria ao derrubar faisões do céu.

Já Vance ganhou fama por seu livro de memórias “Hillbilly Elegy”, sobre a vida na pequena cidade de Appalachia.

E, por um tempo, assumiu o papel de explicar os problemas do Meio-Oeste industrial para as elites costeiras, chocadas com a ascensão de Trump.

No palco do debate, ele não buscará ser o mais simpático, disse uma pessoa próxima de seus preparativos.

Ele defenderá que Trump é o melhor posicionado para ser um agente de mudança que pode melhorar a economia.

Além disso, deve falar sobre enfrentar a imigração ilegal, sustentando um argumento que, às vezes, Trump não conseguiu fazer de forma eficaz.

Os debates para vice-presidente importam?

Embora geralmente não causem grande impacto nas pesquisas, há uma boa chance de que este seja o último debate antes do dia da eleição, em 5 de novembro, em uma campanha geral condensada.

O debate pode ser a última vez que os dois lados de uma nação polarizada se sintonizam para ouvir os argumentos do outro lado.

Onde eles discordarão nas políticas?

Resposta curta: praticamente em tudo.

Vance demonstrou habilidade em articular os princípios do trumpismo, muitas vezes com mais disciplina que o próprio Trump.

Como Trump, Vance defende fronteiras mais rígidas, mais tarifas, intervenção do governo na economia e um recuo no cenário internacional.

Ele deve colocar menos ênfase na tradição republicana de apoiar o livre comércio e a disciplina fiscal.

Enquanto isso, Walz revelou seus instintos progressistas em 2023, quando seu partido conquistou o controle total das duas câmaras legislativas de Minnesota.

Ele apoiou refeições escolares gratuitas universais para estudantes e o direito de voto para ex-presidiários.

Também concedeu carteiras de motorista para imigrantes que cruzaram a fronteira ilegalmente e promoveu a legalização da maconha recreativa.

Ele também assinou uma lei que tornou o aborto um “direito fundamental”.

Os dois candidatos podem concordar em alguns pontos, como a oposição à proposta de aquisição de US$ 14,1 bilhões da U.S. Steel pela Nippon Steel.

As moderadoras se tornarão o foco?

A CBS afirmou que suas moderadoras não pretendem intervir muito na verificação de fatos em tempo real.

As moderadoras nunca querem que sua atuação se torne o foco principal.

Foi um destino que os moderadores da CNN evitaram em grande parte durante o debate presidencial de junho.

Em parte porque as dificuldades de Biden forneceram a narrativa principal.

Mas, quando Trump debateu contra Kamala, culpou os moderadores da ABC por verificarem repetidamente seus fatos enquanto permitiam que Kamala ficasse mais sem controle.

Com informações do Valor Econômico