Xi Jinping: relação Brasil-China está no melhor momento de sua história
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping firmaram na quarta-feira (20), em Brasília, declaração conjunta que eleva o status da relação entre os dois países a uma “Comunidade de Futuro Compartilhado Brasil-China por um Mundo mais Justo e um Planeta mais Sustentável”. Os líderes assinaram 37 tratados em diferentes áreas.
Xi, porém, não conseguiu a adesão total do Brasil ao projeto que pretende deixar como legado: a chamada “Nova Rota da Seda”, ou “Cinturão e Rota”. A adesão integral poderia causar mal-estar com o governo dos EUA.
Na prática, o Brasil espera mudar o perfil da relação com a China, passando de apenas exportador de commodities a parceiro com integração financeira e participação de suas indústrias nas cadeias de produção chinesas.
Exportações para a China o triplo dos embarques para os EUA
Xi foi recebido por Lula em uma visita de Estado, mais pomposa que as visitas oficiais. Os dois tiveram reuniões no Palácio da Alvorada ao longo do dia e jantaram no Palácio Itamaraty.
“Estou confiante de que a parceria que o presidente Xi e eu firmamos excederá expectativas e pavimentará o caminho para uma nova etapa do relacionamento bilateral”, disse Lula.
Xi, por sua vez, afirmou que a relação bilateral está “em seu melhor momento”.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil. Entre 2003 e 2023, as trocas entre as duas nações subiram de US$ 6,6 bilhões para US$ 157,5 bilhões.
As exportações para os chineses são quase o triplo dos embarques para os EUA. Segundo o professor de relações internacionais da FAAP e da FGV Vinícius Rodrigues Vieira, hoje há mais chances de os laços entre os dois países prosperarem.
No entanto, Vieira pondera que as promessas de investimentos chineses no Brasil vêm desde o início do primeiro governo Lula, em 2003.
Menção à iniciativa Cinturão e Rota
Xi Jinping destacou a sinergia entre projetos estratégicos aos dois países como a iniciativa Cinturão e Rota.
O objetivo desta inciativa é uma cooperação mais ampla entre os países não apenas no âmbito econômico, mas também na comunicação, política e cultura.
Ainda lembrou dos projetos estratégicos ao Brasil como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Plano Nova Indústria Brasil e o Plano de Transformação Ecológica.
Então, o presidente chinês também destacou a liderança global do Brasil e da China.
“China e Brasil devem assumir proativamente a grande responsabilidade histórica de promover uma ordem internacional mais justa e equitativa”.
Ele informou que os países vão se complementar em fóruns globais. Um exemplo é o G20, cuja parceria visa combater a fome e a pobreza no mundo.
Xi Jinping expressou que a China gostaria de trabalhar com o Brasil e países da América Latina para aumentar a cooperação com os países da região.
Conflitos globais
Sobre os conflitos mundiais, o presidente chinês disse que “no momento, o mundo está longe de ser tranquilo, com várias regiões sofrendo com guerra e insegurança”.
Ainda acrescentou que “só quando abraçarmos a visão de cooperação é que trilharemos o caminho da segurança universal”.
Em relação à guerra entre a Rússia e a Ucrânia, Xi Jinping afirmou que não existe solução simples para um assunto complexo.
Além de dizer que é preciso “reunir mais vozes que advogam a paz e procuram uma solução para a guerra”.
Ele afirmou ainda que a situação humanitária em Gaza está piorando e os efeitos negativos estão se espalhando pela região.
Por essa razão, é preciso mais empenho da comunidade internacional. Em sua avaliação, é preciso um cessar-fogo entre Israel e Palestina.
Com informações do Valor Econômico
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