Santander e BTG Pactual cortam preço-alvo de M. Dias Branco após balanço

Os dois bancos enxergam potencial de alta para a ação; BTG tem recomendação neutra enquanto Santander recomenda compra

Linha de produção da M. Dias Branco, fabricante de massas e biscoitos, que é listada na B3 (O Globo)
Linha de produção da M. Dias Branco, fabricante de massas e biscoitos, que é listada na B3 (O Globo)

Santander e BTG Pactual anunciaram nesta segunda-feira (20) o corte do preço-alvo para as ações da M. Dias Branco. As reduções acontecem após o anúncio dos resultados do quarto trimestre de 2022.

O preço-alvo do BTG caiu de R$ 35 para R$ 34, com potencial de alta de 21,8% sobre o último fechamento, reiterando recomendação neutra. Há pouco, os papéis caíam 10,8%, cotados em R$ 28,3, chegando a entrar em leilão nos primeiros momentos da sessão de hoje.

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Os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin escrevem que os números da companhia foram fracos, bem abaixo das estimativas, voltando a apresentar volatilidade nos resultados após dois trimestres consecutivos de tendências operacionais positivas.

O banco destaca que as receitas de R$ 2,8 bilhões vieram em linha com o esperado, impulsionadas pelo aumento nos preços, mas o mix de vendas piorou, com crescimento nas vendas de produtos de menor valor agregado, o que causou deterioração nas margens da companhia.

Além disso, um aumento nas despesas gerais e administrativas, acima do esperado, alcançando 22,7% das vendas totais, causaram redução no resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda). Resultado financeiro negativo impactou o lucro e elevou a alavancagem da M. Dias Branco, afirmam.

“Após um aumento de preços recorde no ano passado e um cenário de custos mais amigável nos dá confiança que o pior do processo de erosão das margens da M. Dias Branco ficou para trás”, dizem. No entanto, ainda veem pouca visibilidade do quanto a companhia vai se recuperar operacionalmente.

No Santander, o preço-alvo caiu de R$ 53 para R$ 48, potencial de alta de 51% sobre o fechamento da última sexta-feira, reiterando recomendação de compra, após os resultados de quarto trimestre da companhia.

Os analistas Rodrigo Almeida e Laura Hirata escrevem que os números foram mais fracos que o esperado, com deterioração nas margens em meio a uma combinação de altos custos e volumes sazonalmente baixos que levaram a uma desalavancagem operacional.

“A estratégia de não reajuste de preços gerou ganhos de participação de mercado e não nos preocupa, dado o potencial de redução de custos nos próximos trimestres”, comentam. Mesmo assim, no curto prazo, a volatilidade de margens deve continuar.

O banco atualizou estimativas para a companhia, reduzindo perspectivas de resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em 3% entre 2023 e 2025, na média.

No entanto, ainda mantêm perspectiva positiva para a M. Dias Branco, esperando expansão de margens e maior desalavancagem neste ano mesmo com a volatilidade de curto prazo.

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