Quem é José Mauro Ferreira Coelho, indicado pelo governo para comandar a Petrobras

Com experiência na área de óleo e gás, ele presidia o conselho da estatal do pré-sal, a PPSA

José Mauro Ferreira Coelho em audiência na Comissão de Meio Ambiente do Senado (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
José Mauro Ferreira Coelho em audiência na Comissão de Meio Ambiente do Senado (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Indicado pelo governo para presidir a Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho foi secretário de petróleo, gás natural e biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia entre abril de 2020 e outubro de 2021.

Químico industrial por formação e com experiência na área de óleo e gás, atualmente, é presidente do conselho de administração da estatal do pré-sal, a PPSA, que representa a União nos contratos de partilha de produção.

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Antes, entre 2007 e 2020, Coelho tinha sido diretor e superintendente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Repercussão

A indicação do químico e engenheiro José Mauro Ferreira Coelho foi uma surpresa, embora se trate de alguém que atende todos os requisitos necessários para o cargo. A afirmação é de Edmar Almeida, professor do Instituto de Energia da PUC-Rio, que lembra ainda que Coelho é oriundo do setor de energia e já passou por cargos em que teve interlocução com a Petrobras.

“É uma solução para não trazer risco para o governo. Como ele é conhecido no setor, não deve ter sido um problema para conseguir cumprir os ritos de compliance”, pondera Almeida.

Almeida ressalta que o novo indicado para comandar a Petrobras “não é um outsider”, mas diz que talvez não seja tão conhecido do mercado, uma vez que nunca atuou em cargos executivos em empresas privadas. Nesse sentido, o professor da PUC-Rio evita projetar como o mercado verá o nome de Coelho, mas destaca que a instabilidade que existia sobre a indicação até a noite de hoje era o pior cenário possível.

“Estar tão perto da assembleia [de acionistas] e não ter um nome trazia mais estresse [para o processo]. A situação que existia, de instabilidade, era a pior possível”, diz Almeida.

A assembleia geral ordinária da Petrobras que vai aprovar os novos integrantes do conselho de administração da estatal, além de escolher o novo presidente do colegiado e o presidente da petroleira, está marcada para a próxima quarta-feira, dia 13 de abril. Além de Coelho, a União indicou Marcio Andrade Weber para presidir o conselho de administração da companhia.

Almeida chama a atenção ainda para algo que considera positivo em meio a esse processo de indicação do novo presidente. Para ele, esse evento — que culminou com a desistência de Rodolfo Landim e de Adriano Pires para os cargos de presidente do conselho de administração e presidente da empresa, respectivamente — mostrou “muito claramente” que os sistemas de checagem, governança e compliance no país estão “muito bem estruturados”.

“E o governo deve ter aprendido a lição. Não é fácil intervir no setor, temos regras e essas regras devem ser cumpridas. Não vejo um cenário provável para o governo intervir na Petrobras para fazer controle artificial de preços”, frisa. “Os sistemas de controle na empresa e no mercado não deixam espaço para o artificialismo de querer nomear alguém com o intuito de fazer algo que não seja cumprir as regras de governança”, acrescenta.

Reflexo nas ações da companhia

A definição do governo dos nomes indicados para a presidência executiva e presidência do conselho de administração da Petrobras deve reduzir as dúvidas que afetavam o desempenho das ações da companhia nos últimos dias, afirma o analista de petróleo e gás da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman.

“A assimetria que pairava sobre as ações da companhia nos últimos dia contribuiu para que as ações desempenhassem de forma diferente do mercado internacional do petróleo. Isso (as indicações) deve diminuir a volatilidade em cima do papel ao longo dos próximos dias”, afirma o analista.

Para Arbetman, os nomes vieram em linha com o esperado pelo mercado. “Na indicação, buscou-se o melhor de dois mundos. Para a presidência, veio um nome de fácil interlocução com o governo. Para a presidência do conselho, foi buscado alguém já está lá dentro, tem o perfil de conselheiro e que não vai ter problemas quanto à aprovação”, diz o analista.

A nomeação dos executivos ocorreu depois da desistência de Adriano Pires e Rodolfo Landim de concorrer aos cargos.

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