Rali do níquel pode ser fonte de lucros para Vale, que está subvalorizada, avaliam analistas

Metais básicos como o níquel, o cobre e o cobalto estão observando um renascimento em seus mercados

Setor de mineração é composto por gigantes, e a CSN Mineração (CMIN3) ainda tem muitos desafios frente à sua principal concorrente, a Vale (VALE3) - Foto: Divulgação
Setor de mineração é composto por gigantes, e a CSN Mineração (CMIN3) ainda tem muitos desafios frente à sua principal concorrente, a Vale (VALE3) - Foto: Divulgação

Metais básicos como o níquel, o cobre e o cobalto estão observando um renascimento em seus mercados. A demanda por níquel deve dobrar na próximo década, enquanto a de cobre deve evoluir em um terço motivadas pela eletrificação da frota e pela evolução da geração renovável.

Este renascimento metálico deve beneficiar a Vale. “Após um 2021 operacionalmente mais complicado para a Vale, nossos números preveem um 2022 mais normalizado para a divisão [de metais básicos]”, diz Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos.

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Segundo analistas do BTG, após a disparada dos preços do níquel, a unidade de metais básicos da Vale está mal precificada e tem potencial para uma valorização relevante no futuro.

“Não estamos argumentando que os preços do níquel são sustentáveis nos níveis atuais. Mas acreditamos que esse rali pode ser outra fonte de aumento de lucros para a Vale, que vemos estar subvalorizada”, afirmam os analistas Caio Greiner e Leonardo Correa, do BTG.

Os preços do níquel dobraram na terla-feira (8), em Londres, acima de US$ 100 mil a tonelada, a níveis nunca vistos na história.

Segundo os analistas do BTG, a marcação a mercado da Vale está apontando para um Ebitda acima de US$ 40 bilhões em 2022. “Não estamos defendendo que os preços sejam sustentáveis nos níveis atuais, mas a Vale é indiscutivelmente uma das poucas ações com potencial significativo de ganhos ascendentes no índice”, comentam.

A Ativa Investimentos elevou o preço-alvo para as ações ordinárias da Vale de R$ 84,50 para R$ 110, com a recomendação neutra mantida, enxergando um mercado de ferrosos ajustado com a oferta, que já era insuficiente, tornando-se ainda mais escassa em função do choque geopolítico atual e com a demanda dando sinais de melhora, sobretudo na China.

Em relação as ADRs, o BTG Pactual tem recomendação de compra para Vale, com preço-alvo de US$ 22 para os recibos de ações negociados na bolsa de Nova York.

“A Vale tenta retomar um maior nível produtivo em finos de minério e aproveita dos momentos favoráveis dos preços de cobre e níquel para monetizar a divisão de metais básicos e seguir avançando em sua agenda de segurança”, diz Arbetman, da Ativa.

Em relação à China, o analista diz que o país asiático vem apresentando uma reversão na demanda de suas siderúrgicas. As mudanças regulatórias e ambientais no país podem continuar gerando impactos na cotação do minério de ferro.

Ele acredita que, mesmo com as chuvas registradas em janeiro e que chegaram a paralisar a produção em Minas Gerais, a Vale conseguirá compensar seus efeitos e entregar a produção dentro da previsão, entre 315 e 335 milhões de toneladas neste ano.

“Enxergamos prêmios de qualidade ainda maiores em 2022 em meio à oferta apertada e à demanda em alta com o andamento do processo de transição energética e com a tentativa de alcance de um crescimento anual de PIB [Produto Interno Bruto] de 5% por parte da China”, avalia.

O profissional da Ativa pondera que, sinais negativos vindos dos mercados imobiliários também podem tornar o mercado chinês menos vigoroso.

Sobre os conflitos entre Rússia e Ucrânia, Arbetman destaca que a produção conjunta dos países representa cerca de 20% do mercado de pellet (tipo de minério superfino), o que deverá causar um impacto na oferta e, consequentemente, nos preços e prêmios deste mercado.

Ele diz que, embora os impactos primários estejam concentrados no leste europeu, a relevância do mercado russo e ucraniano faz os choques de oferta serem inevitáveis.

Com Valor Pro, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.

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