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Entenda o grau de investimento de agências de rating e como o Brasil pode chegar lá
Nesta terça-feira (1), as agência de rating internacional Moody’s mudou a classificação soberana do Brasil de Ba2 para Ba1. A elevação da nota de crédito das dívidas do governo brasileiro coloca o país apenas um degrau abaixo do patamar considerado como grau de investimento pela agência de risco, o Baa3.
Caso obtenha o grau de investimento, o Brasil poderia ser considerado uma economia com risco de crédito de qualidade média pela Moody’s. A nota apresenta um panorama a investidores internacionais. Mas enquanto a Moody’s elevou a classificação de rating do país, Standard&Poors e Fitch Ratings mantiveram o Brasil, nos últimos meses, com classificação estável. O que isso significa?
Moody’s aumenta grau por reformas e melhora da economia
Segundo comunicado informando sobre o aumento da nota soberana do Brasil, a Moody’s cita os efeitos de reformas estruturais aprovadas sobre as políticas públicas.
Além disso, a agência de rating vê com bons olhos o crescimento da economia do Brasil acima do esperado para 2024.
Entre as reformas citadas, a Moody’s enfatizou a importância da reforma tributária em curso.
Por fim, do lado fiscal, constante fonte de dúvida entre investidores brasileiros, a Moody’s reiterou o papel do arcabouço do governo para trazer consolidação às contas públicas.
No segundo semestre, a Moody’s demonstrou preocupação com os efeitos do desastre no Rio Grande do Sul nas despesas fiscais do país, e alertou que deve haver um orçamento maior para eventos climáticos.
Como funciona o rating de cada agência e como está o Brasil?
Já os últimos relatórios de Fitch e S&P mantiveram a nota ‘BB’ para o Brasil, com perspectiva estável. Essa classificação mantém o país em um grau de investimento especulativo. Ou seja, considera que os títulos do governo brasileiro apresentam riscos de calote fiscal a seus detentores.
Um país obtém grau de investimento para a Fitch quando ele sobe para BBB. A partir de então, o país contém risco de calote a devedores baixo em títulos soberanos. E a capacidade de financiamento passa, também, a ser considerada adequada.
O mesmo vale para a S&P.
Segundo as agências, os riscos fiscais enfrentados pelo governo brasileiro, assim como a possibilidade de não cumprir a meta de déficit primário, travam a nota soberana do país.
S&P e Fitch têm um sistema de notas diferente da Moody’s. Ao invés de “Ba1”, o rating do Brasil nas duas primeiras agências é BB, com perspectiva estável. A classificação seguinte é “BB+”
Na Fitch, a nota BB indica uma vulnerabilidade do Brasil.
“Principalmente se houverem mudanças relevantes e adversas, ou uma piora das condições econômicas com o tempo”, diz a agência. Contudo, nota a Fitch, países ou empresas classificados como BB ainda possuem “flexibilidade para atender a serviços econômicos”.
Ao manter o rating do Brasil estável pela última vez em julho, a Fitch citou que medidas de arrecadação via impostos podem não colher os frutos esperados pela Fazenda. A agência de risco projeta um déficit de 0,7% do PIB em 2025, desviando da banda superior da meta de 0,25%.
Já para a S&P, a nota BB significa “menos vulnerável no curto prazo mas enfrenta incertezas recorrentes a condições financeiras ou econômicas adversas”.
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