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Copom: mercado está seguro sobre corte de 0,50 ponto percentual da Selic, mas segue dividido sobre o que virá depois
No que depender do mercado financeiro, já está contratada uma queda de 0,50 ponto porcentual (p.p.) da Selic na próxima quarta-feira (13) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).
A expectativa unânime dos agentes institucionais é a de que a taxa básica de juros encerrará 2023 no patamar de 11,75% ao ano, o menor nível desde março de 2022, com fortíssimas chances de um novo corte de 0,50 p.p. no final de janeiro, o que levaria a Selic a 11,25% ao ano.
Esse foi o cenário registrado pela reportagem ao consultar sete instituições financeiras, entre bancos e gestoras. Se antes havia a aposta para uma aceleração de cortes para 0,75% à frente, essa perspectiva é hoje perto de zero.
Até mesmo antigos defensores desse cenário, hoje o julgam difícil de acontecer, como é o caso de Pedro Jobim, ex-diretor do Banco Central e atualmente gestor de multimercado da Legacy Capital. Ele espera por duas quedas seguidas de 0,50%, embora reconheça uma pequena chance para um corte de 0,75% na primeira reunião de 2024.
Taxa terminal divide mercado
A dúvida importante que ainda permanece no mercado a respeito do Copom diz respeito à taxa terminal de queda de juros. As apostas vão dos juros básico no piso de 9% ao ano em 2024, como afirma a agência de classificação de risco Fitch, até o término do arrocho de 100 pontos-base acima, no caso do Citi, do economista-chefe Leonardo Porto.
Porto acredita em dois cortes de 0,50% e a taxa Selic terminal em 10% ao ano em 2024. “Existem aumentos de salários reais que começam a preocupar”, escreveu ele, na semana passada.
No entanto, a maior parte das casas jogam suas fichas em uma taxa terminal entre 9,50%, casos de Santander, Bank of America e Goldman Sachs, ou 9,25%, como estimam Itaú-Unibanco e C6 Bank.
“Mantemos nossa projeção para a taxa Selic para o final de 2023 em 11,75% e para o final de 2024 em 9,50%”, afirma a economista-chefe do Santander, Ana Paula Vescovi, em relatório.
“Desde o início do ciclo de flexibilização, em agosto, o Copom seguiu o ritmo comunicado de cortes de 50 p.b (pontos base). A nosso ver, na medida em que a atividade continue desacelerando e a inflação atual siga sua recente trajetória benigna, ainda há espaço para os cortes no mesmo ritmo”, destaca Vescovi.
Comunicado do Copom sem sinalização
No caso do Itaú, o economista-chefe, Mario Mesquita, diz esperar que o Copom corte os juros em 0,50 p.p. na reunião de 12 e 13 de dezembro, com manutenção no comunicado do BC da prescrição futura de cortes de mesma magnitude nas próximas reuniões.
No entanto, Mesquita esboça em seu relatório a possibilidade do Copom evitar uma sinalização sobre o ritmo de queda futura. Isso poderia abrir espaço para uma aceleração no corte. Ou até reduções menores.
“Entendemos que, por um lado, o consumo resiliente e, por outro, uma dinâmica mais benigna da inflação, criam uma conjuntura que poderia ser favorável para que o comitê se “desamarre” desta prescrição futura sem necessariamente indicar com isso uma mudança do ritmo de flexibilização à frente. O benefício seria um maior grau de liberdade para a autoridade monetária reagir a mudanças no cenário ou no conjunto de informações”, aponta o economista-chefe do Itaú.
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