Credit Suisse piora projeção para a inflação e vê Selic em 14% no fim do ciclo

Economistas contrariam indicação do Banco Central de aumentar apenas mais uma vez em 1 ponto os juros em maio

Sede do Banco Central do Brasil, em Brasília-DF (Foto: Jorge William/Agência O Globo)
Sede do Banco Central do Brasil, em Brasília-DF (Foto: Jorge William/Agência O Globo)

O resultado acima do esperado do IPCA-15 de março e de outros indicadores de inflação indica um cenário “muito mais desafiador” para a inflação em relação às projeções do Banco Central apresentadas na semana passada no cenário alternativo para os preços do petróleo. E é com base nesse cenário que os economistas do Credit Suisse elevaram a projeção para a Selic de 13,25% para 14% no fim do atual ciclo de aperto monetário, que se dará em agosto. Na expectativa do banco suíço, o juro básico deve ser elevado em 1 ponto em maio, 0,75 ponto em junho e em mais 0,5 ponto em agosto.

Além dos números mais pressionados da inflação corrente, os economistas Solange Srour, Lucas Vilela e Rafael Castilho destacam que as expectativas de inflação medidas pelo Focus também devem continuar a subir ao longo do horizonte relevante para a política monetária e, assim, devem se afastar ainda mais do centro da meta. “Apesar da forte indicação do Banco Central de que pretende aumentar apenas mais uma vez em 1 ponto os juros em maio, acreditamos que a autoridade monetária precisará revisar seu cenário de inflação e de juros, provavelmente tendo que elevar as taxas nominais para compensar o aumento esperado da inflação nos próximos meses”, dizem.

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Os economistas observam que o IPCA-15 de março mais alto continuou a mostrar uma dinâmica “altamente preocupante para a inflação no país”. Além do número cheio acima do esperado, os núcleos de inflação “estão sendo empurrados a um patamar muito acima da meta de inflação do BC”. Não por acaso, o Credit Suisse também revisou suas estimativas para a inflação neste ano. Agora, Srour, Vilela e Castilho esperam que o IPCA encerre 2022 em 7,8%, e não mais em 7%, enquanto a projeção para o IPCA de 2023 foi elevada de 4% para 4,3%.

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