Inter diz que IPCA-15 acima do esperado coloca pressão no governo por ajuste fiscal

Banco reforça ainda aposta por alta maior da Selic na próxima reunião do Copom

A alta de 0,54% do IPCA-15 em outubro ante setembro, resultado acima do esperado e que representa uma aceleração no índice, trouxe informações pouco positivas. Mas não deve ter impacto direto na próxima reunião do Copom, no dia 6 de novembro, quando o comitê deve elevar a Selic em 0,50 ponto percentual.

A avaliação é do economista sênior do banco Inter André Valério, que vê uma pressão maior para um ajuste fiscal por parte do governo.

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“O qualitativo do IPCA-15 não foi tão positivo, com piora em todas as principais métricas, inclusive a difusão, que avançou de 55% para 58%. Além das pressões dos itens voláteis como energia e alimentos, observa-se pressão vinda dos serviços, mas muito em parte por questões pontuais, como reajuste dos planos de saúde”, pontua Valério.

Copom e ajuste fiscal

“De todo modo, não esperamos que o resultado de hoje tenha impacto direto na próxima reunião do Copom”, acrescenta. “A expectativa agora é para eventuais ajustes fiscais que o governo possa implementar passada as eleições, principalmente no lado da contenção de gastos, que, se ocorrer, ajudará a desacelerar o PIB e retirar pressões da inflação”, complementa Valério.

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O economista do Inter destaca que os principais fatores de alta do IPCA-15 em outubro foram energia e alimentos. “Energia reflete a mudança na bandeira tarifária vermelha de patamar 1 para patamar 2, além da alta no gás de botijão. Alimentos avança pelo segundo mês consecutivo, refletindo principalmente os aumentos nas proteínas”.

Por outro lado, Valéria pondera que houve recuo no grupo de Transportes, mas pela forte queda de um item bastante volátil que é passagens aéreas de 11%. Além disso, refletiu também a gratuidade do transporte público no dia da eleição em 1º turno e a estabilidade nos preços dos combustíveis.

Com informações do Valor Econômico

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