Itaú explica por que o ciclo de cortes da taxa Selic vai acabar em 10,50%

Banco subiu as previsões para os juros básicos da economia brasileira em 2024 e em 2025

Fachada de agência bancária do Itaú Unibanco (ITUB4). Foto: Divulgação
Fachada de agência bancária do Itaú Unibanco (ITUB4). Foto: Divulgação

Flexibilização abortada. Assim escreve o Itaú Unibanco em relatório que subiu de 10,25% para 10,50% as projeções para a taxa Selic tanto no fim de 2024 quanto no encerramento de 2025. Ou seja, o banco considera que o atual ciclo de queda dos juros acabou, já que a Selic hoje está em 10,50%.

Assim, o banco destaca que o Copom volta a se reunir nos dias 18 e 19 de junho, após semanas de volatilidade intensa nos mercados. Inclusive em função do dissenso que ocorreu na decisão anterior, lembra a instituição no documento.

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“A taxa de câmbio voltou para as máximas do ano, descolada de seus pares. Nossa medida ampla de risco-país, calculada com base em preços de ativos e seu desempenho relativo, voltou a subir depois de ter alcançado as mínimas pós pandemia no início do ano”, diz o Itaú. “É razoável afirmar que as incertezas domésticas citadas nas comunicações mais recentes do comitê se mantiveram em patamar elevado, ou mesmo aumentaram”, acrescenta o banco.

PIB e mercado de trabalho aquecidos

Para explicar por que o ciclo de cortes da Selic acabou, o Itaú cita as mais recentes divulgações de atividade econômica. Principalmente “os números robustos de PIB e do mercado de trabalho”.

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“Na pesquisa PNAD, o desemprego recuou para 7,2% na medida com ajuste sazonal para o trimestre findo em abril. Se afastando ainda mais da nossa estimativa de 9% para a taxa neutra, com aceleração de salários na margem. Enquanto o Caged registrou mais um número forte de novos empregos formais (199 mil com ajuste sazonal, ante ritmo “neutro” de aproximadamente 60 mil)”, observa o Itaú.

“O PIB do 1º trimestre também foi divulgado recentemente, com resultado um pouco mais forte que o esperado (0,8%, ante 0,7%). Com consumo resiliente e recuperação do investimento”, prossegue o banco.

Sem espaço para queda dos juros

Então, o Itaú avalia o momento e as projeções do mercado para o IPCA. Para o banco, as últimas leituras trouxeram composição benigna, mas isso foi mais do que compensado pela elevação das expectativas de inflação reportadas na pesquisa Focus.

“Desde a ata da última reunião, em que as autoridades destacaram o seu firme compromisso com o atingimento da meta e a reancoragem das expectativas, as medianas das projeções de mercado tiveram elevações importantes, de 3,64% para 3,77% para 2025 e, mais relevante, de 3,50% para 3,60% para 2026”, menciona o Itaú no relatório.

“Com essas condições, mesmo com um câmbio eventualmente mais comportado do que os valores recentes, entendemos que não há mais espaço para cortes adicionais de juros. Portanto, revisamos nossas projeções para a taxa Selic, de 10,25% a.a. para 10,50%, ao final de 2024 e 2025”, completa o banco.

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