Itaú: Discussão sobre fim do ciclo de alta da Selic ‘está viva’ dentro do Copom

Banco reafirma expectativa de mais dois aumentos de 0,50 ponto percentual, elevando a taxa de juros a 15,25%

A ata do Copom, divulgada nesta terça-feira (25) pelo Banco Central (BC), teve um tom em geral mais duro, com um único aspecto possivelmente mais brando. Essa é a avaliação do Itaú Unibanco em relatório assinado por seu economista-chefe, Mario Mesquita.

“Embora notem sinais incipientes de desaceleração econômica, as autoridades enfatizam que há muita incerteza sobre o cenário atual da atividade econômica e suas perspectivas no curto prazo”, escreve Mesquita.

“Por outro lado, o texto é bastante firme e direto quando se refere à inflação e seu cenário prospectivo indubitavelmente desafiador”, acrescenta.

Para o economista-chefe do Itaú, a ata também apresenta uma visão mais dura sobre o impacto potencial de mudanças nas condições externas. Que, na visão das autoridades, podem levar à depreciação da moeda em economias emergentes.

Quando será o fim do ciclo de alta da Selic?

Em relação à comunicação dos próximos passos, Mario Mesquita destaca a sinalização da ata de que o Copom diminuirá o ritmo de aperto. Isso ao invés de pausar o ciclo, para levar em conta os efeitos defasados das decisões passadas.

“Mas o fato que, mesmo refutando tal possibilidade, as autoridades se referem ao fim do processo de ajuste, pode ser visto como um sinal de que essa discussão está viva dentro do comitê”, comenta.

“No geral, consideramos que o texto é consistente com nosso cenário de duas altas adicionais, encerrando o ciclo com a taxa Selic em 15,25% a.a. Teremos mais detalhes sobre o racional do Copom com a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação, e a respectiva coletiva de imprensa, na quinta-feira”, completa o economista-chefe do Itaú.

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