Deterioração das expectativas precisa ser muito grande para BC voltar a subir Selic, diz economista

Marcos Caruso, do Banco Original, avalia a PEC da Transição que coloca uma despesa acima do teto de gastos de quase R$ 200 bilhões

- Ilustração: Marcelo Andreguetti/IF
- Ilustração: Marcelo Andreguetti/IF

O tamanho da piora fiscal para a Selic ter de voltar a subir ainda é relativamente alto, mas a discussão faz sentido entre agentes do mercado, diz Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original.

“O tamanho da deterioração da expectativa de inflação teria que ser muito grande, principalmente para 2024. Claro que isso vai depender de como o jogo vai ser jogado a partir daqui, mas acho que a gente ainda não chegou no resultado em que o Banco Central deveria subir juro iminentemente”, afirma.

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Caruso, no entanto, diz entender o viés do mercado porque, segundo ele, os agentes não estão olhando apenas para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição. Da forma como seu anteprojeto foi apresentado, o texto colocaria uma despesa acima do teto de gastos de quase R$ 200 bilhões.

“O mercado está discutindo além da PEC. Olhando só para ela não é razoável discutir alta de juros. É além disso, é uma ideia de postura fiscal se afastando daquele ‘número mágico’ de um superávit de 2% do PIB”, diz Caruso, em referência ao valor de resultado primário que não permitiria o crescimento da dívida do país.

O agravante é essa postura ser tomada já no primeiro ano de mandato, segundo Caruso. “Você faz isso no ano em que, teoricamente, se faz arrojo, e não o contrário. O mercado se pergunta: o que será de 2024, então?”, afirma.

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