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O que é o Copom? E qual é a importância da Selic?
De tempos em tempos, você vê o noticiário ser inundado pela reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), e pela tensão do mercado financeiro sobre a Selic. Atualmente, a discussão gira em torno da taxa estar em 13,75% ao ano, considerada alta pelo setor produtivo e pelo governo federal
Mas e daí? E daí que você precisa saber o que leva esses dois temas tomarem tanto tempo de jornalistas, gestores, economistas e analistas. Por isso, a Inteligência Financeira preparou um guia que vai te ajudar a esclarecer o que tudo isso quer dizer. Vamos lá:
O que é a Selic?
Selic é a sigla para “Sistema Especial de Liquidação e de Custódia”. É a nossa taxa básica e, mais importante do que isso, é ela que baliza todo o mercado financeiro. Portanto, você dificilmente vai encontrar juros menores do que ela. A Selic também é um bom termômetro para seus investimentos. Então, um papel que pague abaixo da taxa de juros merece ser trocado por outro que pague pelo menos a mesma coisa. A Selic é definida pelo BC, que sobe esta taxa todas as vezes que precisa controlar a inflação.
O que é o Copom?
A Selic não nasce de geração espontânea, do nada. Ela é definida por um colegiado que se reúne a cada 45 dias – a última reunião foi na semana passada e terminou no dia 21 de junho – e que decide se vai aumentar ou reduzir a taxa.
Este grupo de pessoas avalia dados macroeconômicos, como o desempenho da atividade econômica, olha para as contas públicas, vê o desempenho da inflação, estuda a quantas anda o câmbio. Tudo isso olhando sempre para a conjuntura internacional, uma vez que o investidor estrangeiro tem grande relevância para o Brasil, bem como nossas exportações e importações.
O nome que se dá a este grupo é Comitê de Política Monetária (Copom), órgão que pertence à estrutura do BC. Este grupo é composto pelos chefes do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban), Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab), Departamento Econômico (Depec), Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep), Departamento das Reservas Internacionais (Depin) e Departamento de Assuntos Internacionais (Derin).
Os encontros do Copom acontecem durante dois dias seguidos (terça e quarta-feira), a cada 45 dias. A ata com a decisão é divulgada na terça-feira, uma semana depois do primeiro dia da reunião. É nela onde estão os detalhes da decisão, com uma sinalização do que deve acontecer no próximo encontro.
Por que a decisão do Copom mexe com seus investimentos?
A decisão tomada pelo grupo vai fazer com que você fique mais ou menos rico, mais ou menos pobre. Explico: dependendo da definição tomada para a Selic, a renda fixa pode ficar mais atrativa (no caso de os juros subirem), ou a renda variável pode sair ganhando (em caso de queda da Selic). Assim, as decisões do Comitê influenciam toda a renda fixa , como Tesouro Selic , CDB, LCI e LCA.
Influência direta na caderneta de poupança
Para os poupadores de poupança, o aumento da Selic reduz ainda mais o rendimento do ativo. Acima de 8,5% ao ano, ela rende 0,5% sobre o valor depositado mais a Taxa Referencial (TR). Abaixo ou igual a 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic mais TR.
Qual é a influência da Selic nas dívidas?
Outro ponto importante que você deve saber é que a cada nova Selic os bancos mudam suas taxas de juros, e isso impacta todos os tipos de créditos que você possa tomar, como o imobiliário, o pessoal e o financiamento de carro.
Se você tem uma empresa, o aumento da Selic também afeta seus negócios. Os juros do capital de giro sobem, e o empréstimo que você tomou para reformar sua indústria ou pagar as contas do seu comércio ficam mais caros. E o contrário? E se a Selic cair? Em geral, a queda dos juros bancários neste caso também acontece, ainda que de maneira mais lenta do que quando sobem.
O que a Selic tem a ver com a inflação?
Muita coisa. É pelo aumento da Selic que o BC coloca freio na inflação. Desde 1999, o Brasil adotou metas de inflação. Essas metas existem para controlar a inflação e mantê-la em uma faixa que é determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para quê? Para manter uma certa estabilidade da economia e não permitir que os preços fiquem desenfreados.
Ao aumentar, ou manter, a Selic para conter a inflação, por exemplo, os juros até do parcelamento da geladeira aumentam. Mas a rentabilidade de alguns investimentos podem subir. O que você faz? Para de consumir. Bingo! É exatamente isso o BC quer: que o dinheiro pare de circular, fazendo com que a inflação, portanto, caia.
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