Sicupira assume conversas com bancos no caso Americanas, mas ‘cessar fogo’ parece distante

Telles também está no Brasil e os acionistas chegaram a sinalizar aos bancos que Lemann viria ao Brasil para participar das conversas

Carlos Alberto Sicupira (esquerda), Marcel Telles (centro) e Jorge Paulo Lemann, acionistas da Americanas (AMER3)  / Arquivo Valor
Carlos Alberto Sicupira (esquerda), Marcel Telles (centro) e Jorge Paulo Lemann, acionistas da Americanas (AMER3) / Arquivo Valor

O trio de acionistas de referência da Americanas — Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira — começou a procurar os bancos credores da varejista para tentar discutir uma saída para a crise que abateu a empresa.

Os contatos têm sido feitos por Sicupira, que faz parte do conselho de administração da varejista e sempre foi o representante do trio na Americanas. Mas Telles também está no Brasil e os acionistas chegaram a sinalizar aos bancos que Lemann viria ao Brasil para participar das conversas. O empresário, que mora na Suíça, foi para os Estados Unidos, segundo fontes a par do assunto.

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Sicupira já conversou no fim da semana passada com um banqueiro da Faria Lima. As reuniões serão feitas individualmente com cada instituição financeira. Um “cessar fogo”, no entanto, parece distante.

Os encontros se dão sob grande ceticismo dos bancos. Quem já ouviu os acionistas não escutou nada de concreto, apurou o Valor. Para os credores, só um aporte relevante — de R$ 15 bilhões ou mais — poderia aliviar a situação da empresa a esta altura. Até agora, o trio vem relutando em fazer isso e a avaliação é que, a cada dias, a necessidade de recursos aumenta.

Segundo um banqueiro, até agora os acionistas não apresentaram nada de concreto e, sem uma capitalização grande, não há saída. Na visão desse interlocutor, a crise ainda vai piorar.

A Americanas foi dragada por uma crise desde que revelou ao mercado, em 11 de janeiro, a existência de “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões em seus balanços, relacionadas a operações de risco sacado. De lá para cá, a companhia foi para a recuperação judicial. Ao mesmo tempo, bancos travam na Justiça uma batalha para tentar provar que o que aconteceu na empresa foi fraude e buscar a responsabilização dos acionistas.

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