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Sistema financeiro pode ser o 1º palco de conflito entre inteligências artificiais
Não está muito distante o dia em que sistemas de inteligência artificial (IA) vão ser responsáveis por hackear outros sistemas, com os humanos assistindo a tudo, com pouco ou nenhum poder de ação.
Nesse dia, é provável que o sistema financeiro seja o palco dessa primeira batalha entre tecnologias.
Essa afirmação é do professor de Harvard Bruce Schneier, um dos pioneiros e maiores especialistas em cibersegurança do mundo, que falou sobre o assunto em evento no Brasil organizado pelo Valor Econômico e pela Embratel.
“O primeiro lugar em que IAs vão hackear IAs talvez seja o sistema financeiro. Porque talvez a gente já esteja pensando em maneiras para burlar as regras e maximizar lucros. E minha opinião é que isso não está tão longe”, completa.
“Hackear o sistema financeiro é diferente de hackear uma democracia, por exemplo, que é algo muito mais humano”, compara.
Sistemas já dominados por computadores
Os sistemas financeiros já são, em sua essência, operados por algoritmos e eles já são dominados por computadores, afirma Schneier, o que facilitará o processo de hackeamento de uma tecnologia por outra.
“Isso já está funcionando nos porões do Goldman Sachs”, afirmou, de maneira vaga, Schneier, sem dar mais explicações sobre como é feito esse hackeamento e suas finalidades.
Em seu livro mais recente, ‘A Hacker’s Mind’, o criptógrafo afirma que a inteligência artificial já é utilizada por fundos de capital de risco e private equity como ferramenta para achar brechas no sistema financeiro que aumentam suas lucratividades, e que esses players são capazes de decidir, a partir dessa tecnologia, quais empresas são as vencedoras e quais ficarão pelo caminho.
“É basicamente planejamento centralizado por investidores de elite, algo que seria chamado de comunismo se o governo o fizesse”, afirma o executivo.
Mecanismo de defesa
O autor tranquiliza ao dizer que as inteligências artificiais utilizadas para derrubar defesas também podem ser utilizadas para antecipar vulnerabilidades, revertendo a lógica atual, de o crime sempre estar à frente dos sistemas de segurança.
“No longo prazo, a tecnologia de IA pode já identificar vulnerabilidades e encontrar defesas, embora, hoje, os hackers estejam á frente. O atual período de transição é perigoso, mas o hack poderá ser usado tanto pelo ataque quanto defesa”, acrescenta o criptógrafo.
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