S&P Global Rating dá nota de crédito brAAA, a maior no longo prazo, para Itausa (ITSA4)

Para S&P, estratégia de desalavancagem e venda de participação da XP melhoraram 'perfil de endividamento' de Itaúsa (ITSA4)

A agência de rating de crédito e avaliação de risco S&P Global Rating, que recentemente aumentou o viés de alta na nota soberana do Brasil, classificou a Itaúsa (ITSA4), holding de investimentos do Itaú Unibanco, com a nota mais alta de crédito entre emissores de longo prazo no mercado brasileiro: brAAA.

A perspectiva para a Itausa manter a nota é estável, de acordo com os analistas da S&P Global, Guilherme Machado e Henrique Sznirer.

S&P: Perspectiva de nota da Itaúsa (ITSA4) é estável

No relatório, divulgado na noite de terça-feira (11), a S&P afirma que, apensar da volatilidade do mercado brasileiro, “as atividades de negócios diversificadas e resilientes do Itaú Unibanco, decorrentes de sua franquia líder de mercado, continuam sendo fatores diferenciadores que sustentam sua estabilidade de resultados” de Itausa.

Os analistas ainda apontam que a holding de investimentos do Itaú manterá seus “fundamentos de crédito” pelos próximos 12 meses, o que corrobora com a estabilidade da nota da S&P.

Eles também afirmam que o rating de brAAA considera uma “robusta posição de liquidez” da Itausa. Essa fórmula da empresa limita a dependência da distribuição de dividendos do segmento financeiro, diz a agência de rating.

Venda de participação na XP melhorou nota, diz S&P

Analistas apontam, ainda, que a venda de participação da XP melhorou “o perfil de endividamento” de Itausa, com pagamento antecipado das dívidas de curto prazo.

A agência de rating nota que a holding vem seguindo uma estratégia de “desalavancagem” desde março. Naquele mês, o endividamento de Itaúsa totalizava R$ 6,7 bilhões, enquanto o caixa somava R$ 2,7 bi.

A venda de participação da XP incrementou o caixa da Itaúsa em R$ 1,1 bilhão. Em contrapartida, as debêntures emitidas na rodada concluída em agosto de 2022 pela holding, no valor de R$ 2,9 bi, vencem em 2025.

“Dessa forma, consideramos a boa gestão de liquidez da holding como um forte mitigador que visa reduzir a dependência de dividendos de seus investimentos do segmento de atividades financeiras”, dizem os três analistas. Eles complementam os fundamentos da nota afirmando que a Itausa tem “posição de caixa saudável”, além da geração de receitas por investimentos não financeiros.

“Com isso, entendemos que a instituição dispõe de caixa suficiente para honrar suas obrigações de curto e médio prazo, dada nossa expectativa de que esses recursos serão usados para reduzir a alavancagem.”

Apesar de apontarem diversificação nos investimentos da Itaúsa, a S&P espera que o Itaú ainda represente uma fatia de 80% dos capital alocado.

Por fim, a S&P acredita que o banco “manterá seu forte desempenho operacional, impulsionado por sólidas NIMs e receitas de prestação de serviços”.

Leia a seguir

Leia a seguir