Stone traz executivo do Google para conselho e reforça intenção de ser ‘big tech’

'Desde o IPO [em 2018], a Stone sempre teve a intenção de ser uma grande empresa de tecnologia', diz Marcus Fontoura, diretor de tecnologia da Stone

Maquininhas da Stone. Foto: Divulgação
Maquininhas da Stone. Foto: Divulgação

A Stone anunciou há pouco a chegada de Luiz André Barroso, do Google, ao conselho de administração da companhia. Com isso, reforça sua intenção de se tornar uma “big tech” brasileira. Barroso entra no lugar de Pedro Franceschi, fundador da fintech Brex e que ocupava a posição no conselho desde 2021.

Há mais de 20 anos na gigante de tecnologia, Barroso ocupa atualmente a função de Google Fellow. Ele fundou e liderou o Cross-Google Engineering, área responsável pela coordenação técnica dos produtos da empresa e, em 2020, recebeu o prêmio ACM/IEEE Computer Eckert-Mauchly pela contribuição para arquitetura de computadores e sistemas digitais.

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Segundo a Stone, o executivo apoiará a companhia em sua trajetória de evolução tecnológica, em linha com o objetivo de se tornar cada vez mais multiproduto e ir “muito além da oferta de serviços e produtos financeiros”.

“Desde o IPO [em 2018], a Stone sempre teve a intenção de ser uma grande empresa de tecnologia. A motivação sempre foi usar a tecnologia para resolver os problemas de maneira mais escalável”, disse Marcus Fontoura, diretor de tecnologia, ao Valor. De acordo com ele, a meta é se tornar “a maior e mais relevante ‘big tech’ nacional”. “Não é algo que vamos fazer em cinco anos, mas é algo já bem presente e que vai se acelerar cada vez mais.”

A vinda de Barroso faz parte de um movimento, intensificado no ano passado, de fortalecer a área de engenharia de produtos, diz João Bernartt, diretor da tecnologia da informação. Tanto ele quanto Fontoura ingressaram na companhia em 2022. “Buscamos construir soluções cada vez mais plataformizadas de forma a aumentar a eficiência operacional e gerar mais valor para o cliente”, afirma Bernartt.

Vista por analistas como uma empresa ágil e inovadora, a Stone enfrentou uma mudança de humor do mercado com a companhia nos últimos anos, em um contexto que incluiu problemas na concessão de crédito, além do próprio cenário de juros altos, mais adverso para empresas com forte viés tecnológico. As ações da credenciadora despencaram desde o início de 2021 e, em 12 meses, ainda acumulam queda de 20%.

Nesse contexto, a Stone vem tomando diversas medidas para resgatar a confiança do mercado, que vão de reprecificação de produtos a mudanças na equipe. No final do ano passado, foi anunciada a troca do comando da companhia, que neste mês passou a ser liderada por Pedro Zinner, ex-diretor-presidente da Eneva.

Fontoura, que tem passagem por Microsoft e Google, afirma que a companhia passa por um momento de “redefinição de cultura”. “Conseguimos convencer o Barroso a se juntar a nós justamente por esse desafio, que ele ficou também apaixonado, de usar a tecnologia para o Brasil, para resolver problemas do Brasil.”

De acordo com os diretores, a credenciadora cresceu de forma muito rápida nos últimos anos, com empresas apartadas, e o momento agora é de construir uma solução integrada em termos de cultura.

A integração técnica com a Linx, adquirida em 2020, está “bastante avançada” e, hoje, as discussões passam muito mais pelo campo da operacionalização das soluções, segundo eles. Na área de software, a expectativa é que as aquisições continuem. Já em relação à plataforma financeira, a empresa está mais focada em construir e integrar sistemas.

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