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Tecnologia 5G será disseminada mais rapidamente do que o 4G
Até o fim de 2022, o 5G terá 1 bilhão de assinantes, ritmo de crescimento inicial mais rápido que o do 4G, que demorou dois anos a mais para atingir o mesmo número de acessos. Os dados constam de um relatório da Ericsson sobre a expansão da nova tecnologia no mundo. Até 2027, haverá 4,4 bilhões de assinaturas.
Segundo o vice-presidente de redes da Ericsson para o Cone Sul da América Latina, Marcos Scheffer, a velocidade de crescimento global é positiva para o Brasil ao incentivar a redução do preço dos celulares. Cerca de 750 modelos de celulares 5G foram lançados globalmente. Nesta fase da tecnologia, usualmente, chegam primeiro os aparelhos mais caros.
No entanto, diz Scheffer, já existem celulares mais acessíveis no mercado, ainda que não populares. “Há uma oferta de dispositivos de preço médio entre R$ 1.600 e R$ 3.800. A tendência de queda, observada no mundo, deve se acelerar cada vez mais com a quantidade de assinantes.”
Por outro lado, o relatório indica que a penetração do 5G terá velocidades diferentes ao redor do mundo. Em 2027, a nova tecnologia deverá representar quase 50% do total de assinaturas globais, que será de 9,1 bilhões, número que inclui também 4G, 3G e 2G.
Nos Estados Unidos, até 2027, esse índice será de 90%. Atualmente, a China, primeiro país a lançar a tecnologia, tem 16 milhões de assinantes, seguido pelos EUA, com 4 milhões, e por Bangladesh, com 3 milhões.
Em cinco anos, a América Latina terá 35% do total de acessos sendo feitos por meio do 5G – com o Brasil apresentando números um pouco maiores. O 4G representará ainda 50% dos acessos no país. Na Europa Ocidental, o número de assinaturas do 5G saltará de 6%, neste ano, para 82%, em 2027.
Regiões mais pobres e com problemas de conectividade terão curva de expansão mais lenta. Na África Subsaariana, em 2027, o 5G representará somente 10% das assinaturas. No Norte da África e Oriente Médio, a nova tecnologia terá penetração de 23%.
A expansão da conectividade no Brasil obedecerá cronograma da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). As operadoras que adquiriram frequências – espécie de avenida por onde o sinal é transmitido – no leilão do 5G têm prazos determinados, conforme o tamanho das cidades e localidades, para instalar a nova tecnologia ou expandir a conexão 4G.
A previsão era de que as capitais estivessem com o 5G liberado até o fim de julho. Mas a limpeza da faixa de 3,5 Ghz, usada até hoje para transmissão do sinal de TV por antenas parabólicas, atrasou. O novo prazo é fim de setembro.
No entanto, de acordo com Scheffer, as teles devem instalar o 5G antes disso em algumas cidades. Brasília, por exemplo, deve receber a tecnologia em julho. Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e São Paulo também devem ter o 5G funcionando antes do fim de setembro. “As operadoras vão colocar muito mais equipamento, mais cobertura que o obrigatório, por uma questão comercial. Quanto mais cidades cobrirem, maior a vantagem de cada uma delas”, diz.
Scheffer afirma que a expansão da rede no Brasil será favorecida por alguns fatores, como a obrigatoriedade da instalação do 5G “standalone”, chamado de “puro”, que oferece maiores velocidades e menor tempo de latência (tempo de resposta entre um um comando e sua resposta).
“Pelas regras do leilão, pulamos o estágio intermediário [5G non standalone, com menor capacidade]. As operadoras são obrigadas a lançar a cobertura com o 5G puro, embora acredite que os dois modelos vão funcionar paralelamente”, diz o executivo.
Segundo ele, o 5G “standalone” tem vantagens por possibilitar extensão de cobertura maior, economia de bateria dos celulares e maior velocidade de tráfego de dados, o que pode acelerar a expansão da tecnologia no país.
Em todo o mundo, 20 operadoras estão habilitadas para operar o 5G “standalone”, que usará, em sua maioria, a faixa de 3,5 Ghz. A média mensal de tráfego de dados por pessoa no mundo é de 15 gigabytes. No Brasil, esse número é de 8 gigabytes, com previsão de crescimento para 34 gigabytes até 2027.
Scheffer afirma ainda que a quantidade de espectro licitada no leilão do 5G no Brasil foi grande, o que pode facilitar a expansão da conectividade. Telefônica, Claro e TIM adquiriram 100 mhz de espectro na faixa de 3,5 Ghz. Além disso, as grandes teles e outras operadoras arremataram lotes de 40 mhz e 50 mhz na faixa de 2,3 Ghz. “É muita frequência. Do dia para a noite, mais que dobrou a quantidade de espectro que as operadoras tinham em outras bandas”, afirma.
“Sem falar no espectro do MMV (tecnologia de ondas milimétricas), na faixa de 26 GHz, na qual cada operadora comprou uma quantidade diferente”, diz. Nesta banda, é possível usar a tecnologia FWA – comunicação de dados sem fio realizada entre locais conectados fixos -, boa para áreas remotas.
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