Tok & Stok contrata Alvarez & Marsal para reestruturação
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A varejista de móveis e acessórios de decoração Tok & Stok contratou a Alvarez & Marsal, companhia especializada em processo de reestruturação, para ajudá-la a buscar solução para seu endividamento e negociação com credores, apurou o Valor com fontes a par do assunto. A rede tem o fundo SPX Capital (que absorveu os ativos da Carlyle) entre os seus acionistas.
Uma pessoa a par do assunto explicou que houve uma leitura errada da empresa na pandemia, que cresceu muito em 2020 com a antecipação de compras por conta do período de quarentena, medida que foi tomada para restringir a dissipação do vírus e que obrigou que parte da população ficasse em casa.
No entanto, o mesmo crescimento não foi observado em 2021 e 2022. Fora isso, uma outra fonte destaca que a crise da Americanas deixou os bancos menos flexíveis na hora de negociarem novas condições para os vencimentos, o que apertou a companhia nesse início de ano.
“A situação está difícil para todos varejistas por causa da Americanas. Bancos resolveram apertar todo mundo, não renovando linhas ou dando crédito novo. Empresas estão se defendendo, segurando caixa para poder negociar em melhores condições com bancos”, disse essa fonte próxima à empresa na condição de anonimato.
Há alguns meses, a varejista já tinha contratado a consultoria Heartman House, para ajudar na operação. Uma outra fonte disse, ainda, que uma solução poderá passar por uma injeção de capital, da ordem de US$ 50 milhões, algo que em tese poderia ser capitaneado pelos próprios sócios.
A empresa também conversa com escritórios de advocacia especializados em reestruturação, disseram fontes que acompanham o caso. Com isso, a companhia se une a um rol de empresas do setor de varejo que nesse início do ano tiveram que buscar ajuda com firmas de restruturação e advogados especializados para a busca de uma solução para suas dívidas.
Além de Americanas, considerado um caso isolado por se tratar de uma possível fraude contábil, estão na lista Marisa e CVC.
Em 2020, a Tok Stok chegou a fazer um pedido para realizar sua oferta inicial de ações(IPO, na sigla em inglês), alegando que utilizaria o dinheiro para expansão, transformação digital e para melhorar sua estrutura de capital.
A companhia buscava se aproveitar de uma enorme onda de liquidez no mercado financeiro, com recursos que foram injetados nas economias pelos Bancos Centrais por conta da covid-19 e pelo cenário de juro baixo. No entanto, a oferta, assim com uma serie de outras em 2021, morreu na praia.
Nos últimos meses, o mercado financeiro tentou promover a fusão da companhia com outras concorrentes do setor. A Etna, rival direta da companhia, encerrou as atividades.
Os problemas financeiros da Tok & Stok ganharam o holofote onde, depois de um fato relevante de um fundo imobiliário da Vinci, que informou aos cotistas que tinha ajuizado uma ação de despejo por falta de pagamento do aluguel relativo ao mês de fevereiro, de um galpão em Extrema, Minas Gerais.
A Tok & Stok foi inaugurada em 1978, pela família Dubrule. Em 2012 o fundo de private equity Carlyle comprou 60% da empresa, na época por R$ 700 milhões. Essa participação foi absorvida, em 2021, pela gestora SPX.
Procurados, o SPX Capital e a Alvarez & Marsal não comentaram o assunto. A Tok & Stok não retornou os pedidos de entrevista até o fechamento desta matéria.
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