Endividada, Tok&Stok negocia fusão com a Mobly
A Tok&Stok contratou o Bradesco BBI como assessor em tratativas de fusão com a Mobly, assessorada pelo Itaú BBA, apurou o Pipeline, site de negócios do Valor
Duas varejistas de móveis com geração de caixa pressionada e alavancagem alta podem juntar forças para se restabelecer com maior escala e portfólio. A Tok&Stok contratou o banco Bradesco BBI como assessor em tratativas de fusão com a Mobly, companhia assessorada pelo Itaú BBA, apurou o Pipeline, site de negócios do Valor.
A gestora SPX, que virou a controladora da Tok&Stok ao assumir a gestão de fundos de private equity do Carlyle, considera abrir as negociações com outros candidatos, segundo três fontes com conhecimento do assunto. A conversa com a Mobly não tem exclusividade.
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Banco do Brasil e Santander também podem entrar no mandato de busca de sócio para a Tok&Stok, uma vez que são credores relevantes e querem participar da decisão, disse uma das fontes.
Há três semanas, a Tok&Stok contratou a Alvarez & Marsal para ajudar a negociar a dívida com os credores e redefinir a estratégia. A crise da companhia veio à tona quando ela atrasou o pagamento de aluguel de um imóvel que pertence ao fundo Vinci Logística II.
A Mobly é controlada pela companhia de origem alemã home24 (a holding, por sua vez, foi comprada pelo grupo austríaco XXXLutz no fim do ano passado).
Enquanto a Tok&Stok ensaiou uma listagem em bolsa nos últimos dois anos mas acabou encontrando pouco apetite do mercado naquele momento, a Mobly se listou em 2021. Desde então, a desvalorização das ações foi de 86% e a companhia é negociada com valor de mercado de R$ 306 milhões.
A Mobly nasceu no comércio eletrônico e partiu para a rede de lojas físicas depois. Na pandemia, viu o faturamento crescer mas teve problemas de logística para atender a demanda. Passada a crise sanitária, as lojas do segmento sentiram retração no lucro.
A companhia ainda não divulgou os dados do quarto trimestre. No terceiro trimestre, o prejuízo líquido foi de R$ 19 milhões, e havia sido de R$ 28 milhões no trimestre anterior. A receita no período foi de R$ 160 milhões, uma queda de 7,3% em relação ao terceiro trimestre de 2021. A varejista definiu o cenário como “desafiador”.
Sobre a potencial fusão, a Mobly chegou a negar ao Pipeline a existência das conversas mas, após a publicação da notícia, confirmada com fontes de mercado, a empresa se reposicionou sobre o assunto. A varejista divulgou um fato relevante confirmando conversas iniciais com a Tok&Stok, ainda sem acordo vinculante ou de exclusividade, tal como apurado
Uma fonte ressalta que as conversas podem não avançar se as empresas concluírem que a união não trará mais benefícios do que a operação solo. A Tok&Stok deve seguir buscando novos sócios.
