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Uso de ar-condicionado trará impacto imprevisível no consumo global de energia na próxima década, diz AIE
Um grande aumento no uso de ar-condicionado terá um dos maiores e mais imprevisíveis impactos nas redes elétricas mundiais na próxima década e pode afetar planos de transição energética pelo mundo, disse a Agência Internacional de Energia (AIE) em relatório divulgado nesta quarta-feira.
Uma combinação de aumento na renda nos países em desenvolvimento e temperaturas mais elevadas provocadas pelas mudanças climáticas significará que o consumo de energia causado pelo uso de ar-condicionado em residências subirá na próxima década mais do que o consumo de eletricidade de todo o Oriente Médio atualmente.
A previsão foi publicada no relatório “World Energy Outlook” da AIE, que aumentou em seis pontos percentuais a previsão de demanda de energia global até 2035 em relação ao mesmo levantamento feito em 2023.
O relatório estima que o uso de ar-condicionado exigirá 697 terawatts-hora adicionais de eletricidade até 2030, mais de três vezes o aumento da demanda dos centros de dados de computadores.
Segundo a AIE, o uso de energia para ar-condicionados residenciais deverá aumentar em 280% até 2050 em um cenário de ritmo lento para a transição energética.
Em um cenário de transição energética mais rápido, o consumo de energia para ar-condicionado ainda aumentaria em quase 200% até 2050.
A AIE afirma que grande parte desse aumento se dará em mercados emergentes e economias em desenvolvimento. Alertou que a demanda pode ser ainda maior se as mudanças climáticas causarem ondas de calor mais frequentes.
Energia limpa
Se o consumo de energia deverá crescer nos próximos anos, a geração de energia limpa deverá seguir o mesmo caminho, segundo a AIE, que estima um crescimento mais rápido de fontes sustentáveis do que da demanda global de energia até o final da década.
A expectativa é que a geração de energia limpa se torne a principal fonte de energia em meados da década de 2030, segundo a agência.
Com base nas políticas atuais, a demanda global de energia deve desacelerar entre 2023 e 2035 para cerca de 0,5% ao ano, como resultado de medidas de eficiência, eletrificação e uma rápida expansão das energias renováveis. Isso se compara a uma taxa média de crescimento da demanda de 1,4% no período de 2013-2023.
Enquanto isso, fontes mais limpas de energia – principalmente solar e eólica – devem crescer em ritmo acelerado. Isso resultará no pico da demanda por combustíveis fósseis antes de 2030, reduzindo o uso dessas fontes para 58% da demanda total em 2050, em comparação com 80% no ano passado.
“O progresso contínuo nas transições significa que, até o final da década, a economia global poderá continuar crescendo sem usar quantidades adicionais de petróleo, gás natural ou carvão”, disse a AIE.
Os investimentos em energias renováveis devem atingir US$ 850 bilhões em 2030, em comparação com cerca de US$ 680 bilhões em 2023, com a capacidade total de geração de energia renovável prevista para dobrar no período.
*Com informações do Valor Econômico
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