Vivo emite R$ 3,5 bilhões em debêntures com metas ESG; saiba como funciona o investimento

A empresa firmou compromisso de elevar a participação de negros em cargos de liderança

Fachada da Vivo, marca da Telefônica Brasil (VIVT3)  Foto: Divulgação
Fachada da Vivo, marca da Telefônica Brasil (VIVT3) Foto: Divulgação

A operadora de telefonia Vivo levantou R$ 3,5 bilhões com sua primeira oferta de títulos de dívida atrelada a metas ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG, na sigla em inglês). A emissão das debêntures foi feita em duas séries, com vencimento em três e cinco anos.

Nesse tipo de operação, as empresa pagam uma remuneração maior aos credores caso não atinjam compromissos pré-determinados. No caso da Vivo, são duas as metas, que devem ser alcançadas em até cinco anos. A primeira é a de reduzir 40% das emissões diretas dos gases de efeito estufa ante as de 2021. A outra é elevar a participação de negros em cargos de liderança.

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A remuneração dos papéis foi estabelecida em CDI com acréscimo de 1,12% ao ano, no caso da primeira série, e 1,35% ao ano, para a segunda série. Se as metas não forem atingidas, o retorno será elevado para CDI com acréscimo de 1,22% e de 1,6%, respectivamente.

Os recursos obtidos com a operação serão usados para reforço de caixa. “Nos últimos 18 meses, compramos ativos da Oi Móvel e entramos no leilão de 5G. Temos um plano de grande crescimento e esse dinheiro com certeza nos ajudará nisso”, disse o diretor-presidente da Vivo, Christian Gebara, ao Valor. Para 2022, o executivo descarta a possibilidade de uma nova emissão desse tipo, mas ele diz que poderá avaliar outras ofertas atreladas a temas de sustentabilidade a partir do próximo ano.

Segundo o executivo, os compromissos apresentados na operação são coerentes com ações já tomadas pela companhia tanto em termos ambientais como sociais. As duas metas foram escolhidas, segundo Gebara, com a ajuda de diversos públicos de interesse da empresa, como clientes e fornecedores. “Fizemos uma pesquisa para entender quais compromissos seriam os mais relevantes”, afirmou.

Em 2021, a Vivo reduziu 19% das emissões de gases de efeito estufa ante o ano anterior, para 63 mil toneladas. Para alcançar o compromisso estabelecido na emissão dos títulos de dívida, será necessário gerar, no máximo, 37,8 mil toneladas em 2027.

Em relação à diversidade, o desafio é que o número de pessoas negras ocupando cargos de alto escalão passem dos 19,4% registrados no ano passado para 30% até 2027. Com a meta, Gebara diz acreditar que a empresa irá contribuir para melhorar o que considera como um “problema sistêmico do país”, que é a falta de inclusão social. Ele destaca que a Vivo tem atuado nesse sentido com mudanças nos processos de recrutamento e nos programas de capacitação e com contratações afirmativas. Em 2021, metade das 750 vagas de estágio foi destinada a estudantes negros. Do total de funcionários, hoje 30,4% são negros, segundo a companhia.

Para a emissão ser enquadrada como títulos vinculados a desempenho em metas ESG (“sustainability-linked bonds”), a captação contou com um parecer independente da Bureau Veritas, que baseou sua análise em diretrizes internacionais, como as presentes nos Princípios de Títulos Vinculados à Sustentabilidade da International Capital Market Association (ICMA).

Participaram da operação o Itaú, como líder, além de Banco do Brasil, Bradesco e Santander.

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