Por que a Vivo Telefônica (VIVT3) decidiu distribuir 100% do lucro líquido em dividendos?

Mercado se surpreende com margem de caixa da Vivo Telefônica (VIVT3) e ações sobem após balanço; veja o que esperar daqui para frente.

Fachada da Vivo, marca da Telefônica Brasil (VIVT3)  Foto: Divulgação
Fachada da Vivo, marca da Telefônica Brasil (VIVT3) Foto: Divulgação

Com resultados acima do esperado pelo mercado financeiro, a Vivo Telefônica (VIVT3) se comprometeu a distribui 100% ou mais do lucro líquido na forma de dividendos até 2026.

Mas essa decisão por parte dos executivos da operadora, liderados pelo CEO Christian Gebara, não é por acaso: a empresa afirmou em conferência de resultados que registrou a maior margem de fluxo de caixa e lucro operacional, o Ebitda, da história.

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A margem recorde da Vivo Telefônica (VIVT3), assim como o lucro líquido de R$ 1,4 bilhão no quarto trimestre, foi bem recebida pelo mercado.

As ações da operadora sobem 1,51% no Ibovespa nesta quarta-feira (21). Os contratos de arrendamentos das torres da Oi ajudaram a empresa a atingir a margem, o que não deve se repetir.

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Quanto a Vivo Telefônica pagou em dividendos em 2023?

A ação da Vivo Telefônica (VIVT3) sobe na esteira dos resultados consolidados de 2023 da operadora. No ano passado, a empresa pagou no total R$ 4,2 bilhões em remuneração a acionistas, divida em recompra e cancelamento de ações, dividendos e pagamentos de Juros Sobre Capital Próprio (JCP).

A companhia se comprometeu a distribuir 100% do lucro líquido ou mais da mesma forma, afirma David Melcon, diretor financeiro da Vivo Telefônica.

O grande destaque do resultados foi a melhora da margem operacional da empresa. O fluxo de caixa operacional da empresa cresceu 26% em 2023 em relação a 2022, chegando a R$ 12,3 bilhões. O Ebitda consolidado, por sua vez, atingiu R$ 21,3 bilhões. No quarto trimestre, o Ebitda foi de R$ 5,8 bi, um acréscimo de 10% na base anual.

O custo sobre capital adquirido (CAPEX) da Vivo Telefônica (VIVT3) chegou a R$ 8 bilhões. Nos resultados, a margem de fluxo de caixa operacional chegou a 23%, “um número recorde para a história da companhia”, disse Melcon.

A tendência para a companhia é reduzir cada vez mais o CAPEX, afirma o diretor financeiro. “Essa tendência deve ser negativa, porque vemos uma redução da razão entre o custo de capital sobre vendas”, prosseguiu Melcon. Ele afirmou que a Vivo foi líder na adição líquida no segmento de internet fibra, com aquisição de 700 mil clientes.

Vendas de torres da Oi ajudam com despesas

Contudo, um fator sazonal que contribuiu para a diminuição das despesas da Vivo e que não deve se repetir é a fonte de receita a partir do arrendamento de torres adquiridas da Oi. A operadora registrou uma receita líquida de R$ 292 milhões a partir de negociações das torres.

“Isso mostra volatilidade do período, neste trimestre tivemos o efeito de negociação das torres da Oi, mas isso foi compensado por fatores menos positivos, como queda de vendas e recuperação de impostos menor”, diz Melcon.

Esse seria o modelo de negócio da Telefônica para os próximos trimestres. “Estamos otimistas para 2024”, diz Melcon.

O resultado acima das expectativas da Vivo Telefônica (VIVT3)

O mercado financeiro recebeu bem os resultados financeiros da Vivo Telefônica (VIVT3). Em relatório, a Ativa Investimentos destaca que a empresa “apresentou um resultado forte e acima das expectativas no quarto trimestre”.

A operadora, de acordo com analistas, segue mostrando disciplina no custo de capital investido, assim como na geração de caixa. O que contribui para o objetivo de distribuir 100% do lucro em dividendos.

“O avanço da companhia no segmento pós-pago alavancou as receitas móveis. Apesar de mostrar maior custo por produtos vendidos, a empresa conseguiu um Ebitda e margem acima dos esperados”, dizem analistas da Ativa. A corretora tem recomendação neutra para o papel (VIVT3), considerando que os bons resultados “já estão precificados” na ação.

Esta é a mesma avaliação da Genial Investimentos. Para Antonio Cozman, analista da corretora, “a empresa apresentou mais um trimestre sólido, seguindo a tendência dos últimos resultados, conseguindo crescer acima da inflação e com expansão de margens”.

Conforme a explicação de Cozman, a Vivo Telefônica (VIVT3) vem conseguindo executar sua estratégia em serviços móveis e fixos e pagando bons dividendos aos acionistas. “Apesar disso, acreditamos que isso já está precificado no preço da ação, tendo apresentado alta de 33% no último ano”, completou o analista.

Por fim, o Citibank, que possui recomendação de compra para a ação (VIVT3), afirmou que os resultados da Vivo Telefônica vieram com margens acima do esperado pelo arrendamento de torres.

“Além disso, vale notar que, por mais um trimestre, o crescimento de receita média por usuário da Vivo veio abaixo da divulgada pela TIM, o que pode explicar uma performance mais resiliente em termos de adição de usuários”, concluiu o banco em relatório.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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