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XP: saiba por que as ações da companhia caíram 13% após balanço do 2º trimestre
As ações da XP (XPBR31) despencaram 13% na Nasdaq nesta quarta-feira (10) com investidores reagindo ao balanço do segundo trimestre, divulgado na noite passada. As ações da companhia fecharam US$ 22,24.
O lucro líquido ajustado da XP se manteve praticamente estável em relação ao mesmo período de 2021, em R$ 1,046 bilhão. O Ebitda ajustado recuou 2% para R$ 1,215 bilhão.
Por que Ebitda caiu?
A margem Ebitda ajustada da XP recuou 5,8 pontos percentuais, indo para para 35,4%.
A queda foi atribuída ao aumento das despesas administrativas pela expansão do número de funcionários e investimentos em áreas como a de cartões, plataforma de investimento direto no exterior e com assessores.
O quadro de funcionários cresceu 41% para 6.339.
Analistas alertam para o aumento de gastos
Analistas do UBS-BB elogiaram a receita com varejo, mas alertaram para o aumento dos gastos operacionais, classificando-os como uma “bandeira amarela”.
O banco tem recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de US$ 31.
Até o fechamento do último pregão, as ações da XP acumulavam desvalorização de 17,6% no ano.
Mercado tira US$ 1,7 bilhão do valor da XP
O mercado reagiu mal ao balanço do XP, tirando US$ 1,7 bilhão de valor de mercado da corretora de Guilherme Benchimol.
Executivos tentam tranquilizar investidores
Durante a teleconferência para comentar os resultados, os executivos da XP tentaram tranquilizar os investidores sinalizando que, após um aumento de 70% no quadro de funcionários ao longo do ano passado, o aumento no primeiro semestre deste ano foi de apenas 2% e deve continuar nesse ritmo no futuro próximo.
A gestão disse ainda que segue enxergando a corretora como uma companhia “asset light”.
Para os analistas do Bank of America (BofA), os principais fatores negativos que pesam para a XP são o câmbio (já que todas as receitas da corretora são em real) e o aumento da concorrência, que pode estar aumentando a pressão sobre as margens e limitando o crescimento e a lucratividade.
A papel também sofreu com o peso da pressão vendedora da Itaúsa.
Crescimento a médio e longo prazo
Olhando o copo meio cheio, os analistas do BofA disseram que o crescimento dos ativos sob gestão que a XP apresenta deve garantir um crescimento sólido a médio e longo prazo.
O trabalho da corretora em desenvolver novos produtos financeiros, como cartão de crédito, seguro e previdência, também ajudar no crescimento da receita. A casa manteve uma recomendação neutra para o papel, com preço alvo de US$ 25.
O BTG também mantém a recomendação neutra, apesar de considerar que o valuation da XP está atrativo. Como principais motivos de preocupação, os analistas apontaram uma mudança estratégica, deixando de ser um negócio de growth para se tornar um ativo de value.
“A ação definitivamente não está cara. Na verdade, é justo dizer que o valuation ainda é atraente”, escrevem os analistas. “Mantivemos nosso rating neutro, pois vamos melhores opções em nossa cobertura”. O papel vem sendo negociado a um múltiplo de cerca de 18x P/L.
Melhora veio do varejo
No trimestre, a operação de varejo foi a grande responsável por uma melhora nas receitas graças à maior demanda por renda fixa. Em linha com as expectativas dos analistas, houve ainda uma recuperação do take rate, que cresceu 15 p.p, de 1,15% no segundo trimestre do ano passado, para 1,3% neste trimestre, puxado pelas taxas de performance.
Apesar disso, os analistas de BTG e UBS alertaram para os custos acima das expectativas. O Opex cresceu 17% em relação ao trimestre anterior e 40% contra o mesmo período de 2021. O número veio 8% acima do que esperava os analistas do BTG esperavam.
“Nossa percepção de que XP está se tornando um negócio mais intensivo em capital parece estar ganhando força, já que o tema foi muito discutido/questionado durante a teleconferência”, escrevem os analistas do banco brasileiro. “A expansão do Opex foi uma bandeira amarela. Tais resultados devem auxiliar no processo de reclassificação das ações”, reforçaram os analistas do UBS.
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