Previdência: vale a pena investir agora para ter benefício fiscal?

Atenção: se o PGBL se encaixa no seu perfil de investidor, você precisa aderir até 31 de dezembro

- Ilustração: Renata Miwa
- Ilustração: Renata Miwa

Nunca é cedo demais para pensar na aposentadoria, ainda mais em tempos incertos como agora. Além de trazer tranquilidade financeira para o futuro, ter um plano de previdência privada também traz diversos benefícios fiscais. “A previdência é um investimento de longo prazo. Por isso, ela tem alguns incentivos. Hoje os investidores podem escolher entre o plano VGBL e PGBL. O PGBL tem uma grande atratividade justamente pelos benefícios” explica John Liu, diretor de Investimentos da Santander Seguros e Previdência. 

Um dos principais incentivos do PGBL é a possibilidade de deduzir até 12% da renda bruta tributável anual da base de cálculo do Imposto Renda (IR). Na prática, isso significa pagar menos imposto agora e acertar as contas só no resgate. Mas, fique atento: para ter o benefício fiscal no ano que vem, você precisa aderir ao plano até o dia 31 de dezembro deste ano. Você também deve entender que o incentivo não se aplica em todos os casos. Para te ajudar, separamos as principais dúvidas sobre o tema:

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Quem pode usufruir do benefício fiscal de IR?

Os investidores que têm o plano PGBL, contribuem para o INSS e fazem a declaração completa do Imposto de Renda. “É importante fazer essa diferenciação. Quem tem o plano VGBL ou não se encaixa nos outros requisitos não pode fazer a dedução”, explica Daniela Mir Gelamo, planejadora financeira CFP pela Planejar. 

Como funciona a dedução?

As contribuições para o plano PGBL que somem até 12% da renda bruta anual tributável podem ser inseridas como despesas dedutíveis do imposto. Ou seja, você paga menos IR e recebe uma restituição maior. “Imagine que você ganhe R$ 100 mil reais por ano. Nesse caso, no PGBL, em vez de fazer o acerto de contas em uma base de R$ 100 mil, você pode fazer com R$ 88 mil. Você deixa de pagar esse imposto hoje”, explica Rogerio Januário Calabria, Superintendente de Produtos de Investimento do Itaú Unibanco.

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Como é o acerto de contas no final?

O benefício não é uma isenção fiscal, mas uma postergação do pagamento de imposto. Na hora do resgate, o imposto sobre o plano PGBL incide sobre o valor total acumulado. Se você optar pela tributação pela Tabela Regressiva, o valor cobrado diminui ao longo do tempo. “No caso de resgates daqui 10 anos ou mais, o investidor paga apenas 10% de imposto, o que é uma outra vantagem”, explica Rogerio.

O que você precisa considerar?

Você precisa fazer o cálculo do seu rendimento anual tributável. A própria Receita Federal oferece a relação de rendimentos que entram na conta. Salário, pensões e rendimento de aluguéis são alguns exemplos. “Entendendo esse valor, você pode saber o quanto precisaria investir para ter o benefício dos 12%. Assim você não corre o risco de aplicar menos ou mais do que deveria”, explica Rogerio.

Vale a pena?

Se você se encaixa em todos os requisitos, não há motivos para não fazer o investimento. “É um ganho relevante, já que você pode reinvestir o que pagaria de imposto. Matematicamente eu diria que não existe nenhuma desvantagem. O importante é se organizar financeiramente para fazer o aporte mais próximo possível de 12%, aproveitando o máximo do benefício”, ressalta Rogerio.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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