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Bitcoin volta a ficar acima de US$ 21 mil
No último dia útil da semana, as principais criptomoedas voltaram a subir com força, em linha com os mercados de risco na Europa e EUA e a menor aversão ao risco.
Maior das criptomoedas, o bitcoin era negociado a US$ 21.313,14, com alta de 3% nas últimas 24 horas, perto das 9h45 (horário de Brasília). Já o ether, moeda digital da rede Ethereum, subia 8,6% e era negociado a US$ 1.214, com ganho de 8,6%. Em reais, o bitcoin era cotado a R$ 111.819 (alta de 0,48%) e o ether, a R$ 6.364,69 (alta de 5,27%).
A forte recuperação das duas maiores criptomoedas ocorre no dia de vencimento de opções nos EUA. A maioria dos vencimentos são opções de venda de bitcoin a US$ 20 mil e de ether a US$ 1 mil, pontos superados pelo mercado à vista neste momento.
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, manteve o tom desafiador e voltou a defender a regulamentação do setor. Apesar disso, o mercado entendeu o discurso em relação à possibilidade de recessão e teve forte alta na quinta.
A Voyager Digital, empresa de empréstimo e rendimento de ativos digitais listada na bolsa de Toronto teve baixa de quase 60% após revelar que possui uma exposição de US$ 655 milhões à Three Arrows Capital. A gestora não cumpriu suas obrigações financeiras no último dia 15 de junho, causando prejuízos entre provedores de empréstimos centralizados como Babel Finance e provedores de staking como Celsius. Segundo a Bloomberg, a Voyager que oferece negociação e staking de criptomoedas tinha aproximadamente US$ 5,8 bilhões em ativos na sua plataforma em março.
A exchange de futuros de criptomoedas CoinFlex suspendeu temporariamente os saques alegando condições extremas de mercado e incerteza contínua envolvendo uma contraparte. O CEO da empresa, Mark Lamb, disse que essa contraparte não era a Three Arrows Capital e nem outra empresa de empréstimo, como a Celsius e a BlockF.
Para Lucas Passarini, trader do MB, apesar da recuperação dos mercados, os preços das criptomoedas continuam pressionados por conta desses pontos de atenção, o que pode trazer volatilidade nos próximos dias. “O mundo cripto ainda continua sofrendo com a contaminação do sistema de empréstimos de grandes empresas. Ainda não é possível calcular se essa cadeia de eventos continuará afetando mais empresas. O BTC segue com suporte local em US$ 20 mil e resistência nos US$ 23 mil”, disse.
Felipe Medeiros, analista de critptomoedas e sócio da Quantzed, aponta que uma fala importante na semana foi a do proprietário da corretora FTX, Sam Bankman-Fried, que disse ter o dever de intervir no mercado para evitar que novos fundos quebrem e isso gere ainda mais efeitos negativos no mercado.
“Sam é um dos players mais influentes e capitalizados do mercado, dispensando empréstimos que ultrapassam US$ 500 milhões para evitar que novos casos de insolvências continuem a aparecer. Existia o rumor de que Sam poderia continuar a vender ativos, pressionando ainda mais o mercado e provocando novas liquidações e casos de insolvência”, explica.
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