Bitcoin desaba mais; analistas dizem que não é hora de ‘virar a mão’ e comprar
Moeda digital acumula desvalorização de quase 30% em uma semana
As principais criptomoedas desabaram novamente nesta terça e perderam a marca de US$ 1 trilhão de capitalização de mercado na esteira do “sell-off” de ações e mercados de risco em geral.
Maior das criptomoedas, o bitcoin (BTC) segue em baixa pelo nono dia seguido, ameaçando romper a faixa de US$ 20 mil, apesar da relativa recuperação dos ativos de risco em um dia marcado pela decisão de política monetária do Federal Reserve, o Fed banco central dos EUA.
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Desde o final da semana, o bitcoin perdeu sucessivos suportes técnicos, descendo de US$ 30 mil para US$ 20 mil, na pior sequência de desvalorização de sua história, com investidores de diferentes portes reduzindo sua exposição à criptomoeda.
Durante os negócios na Ásia, o bitcoin chegou a descer até US$ 21.046, mas surgiram compradores e logo depois o token voltou a ser negociado a US$ 22 mil.
Entre as demais criptomoedas, o ether recuava 2,8%, negociado a US$ 1.164,80. Em reais, o bitcoin subia 1,7% a R$ 113.145,80 e o ether tinha alta de 4,8% a R$ 6.058,86.
Desde sexta-feira, operadores do mercado de criptoativos relataram fortes vendas por parte de investidores institucionais, como hedge funds, que tiveram de se desfazer de posições mais arriscadas em ações de tecnologia e criptoativos nas vésperas da reunião de política monetária do Federal Reserve.
Para Ayron Ferreira, chefe de análise da gestora Titanium, especializada em criptomoedas, o bitcoin parece caminhar para uma região de sobrevenda, entre US$ 20 mil e US$ 22 mil. Ele acredita que os principais drivers da semana seguirão com o aperto monetário nos EUA, dados de inflação e atividade econômica, além de desenvolvimentos do setor cripto como a proibição de mineração em Nova York.
“Vemos uma reversão deste cenário somente quando as condições econômicas chegarem a um ponto que leve o Fed a pausar o aumento de juros. Por enquanto, este ponto ainda parece estar longe de ser alcançado. Enquanto isso, os ativos de risco tendem a continuar pressionados”, disse.
Na avaliação de Luiz Pedro Andrade, analista de criptoativos da Nord Research, o mercado deve continuar cauteloso e os preços de criptomoedas e ações de empresas do segmento devem continuar pressionados. “É hora de manter a calma, ter cautela nos investimentos e de não virar a mão porque esse ´bear market´ tem um caminho longo a ser seguido”, disse.