Bitcoin e ether avançam na reta final de outubro e retomam patamares perdidos há quase dois meses

Apesar do rali desta semana, analistas mantêm o ceticismo com uma melhora repentina dos preços descolada do restante dos mercados de riscos

Confira o desempenho do bitcoin. Foto: Kanchanara/Unsplash
Confira o desempenho do bitcoin. Foto: Kanchanara/Unsplash

Bitcoin (BTC), ethereum (ETH) e as principais criptomoedas avançam com força pelo segundo dia seguido, no caminho para encerrar o mês de outubro com ganhos consideráveis e retomando os patamares do início de setembro.

O movimento tomou impulso na terça com a melhora no humor dos mercados de risco, mas se manteve nesta quarta apesar da cautela em Wall Street com resultados corporativos considerados decepcionantes das big techs Alphabet e Microsoft.

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Maior das criptomoedas, o bitcoin atingiu a máxima de US$ 20.638 nos negócios da Ásia, patamar perdido após o resultado do CPI de setembro, acumulando alta de 9,7% nos últimos 30 dias. Já o ether, moeda nativa da rede Ethereum, manteve-se confortável acima de US$ 1.500, batendo em US$ 1.538 pela manhã e com ganho 18,3% nos últimos 30 dias.

Apesar do rali desta semana, analistas mantêm o ceticismo com uma melhora repentina dos preços descolada do restante dos mercados de riscos.

Para Fernando Pereira, gerente de conteúdo da Bitget, a escalada nas cotações do bitcoin é motivo de comemoração apenas para quem gosta de operações de curto e médio prazos. “Em minhas análises, consigo enxergar o bitcoin voltando para próximo de US$ 25 mil nas próximas semanas, mas acho pouco provável uma reversão majoritária de tendência antes de, quem sabe, fazer um novo fundo. Tudo depende também de como vai reagir caso volte aos famigerados US$ 25 mil”, disse.

Pereira considera pouco provável que o bitcoin tenha atingido o fundo do poço na casa de US$ 19 mil, patamar em que vem oscilando nas últimas semanas.

“O cenário macro mostra ainda uma longa jornada a ser percorrida antes da economia se estabilizar, algo visto no início do mês com os elevados números de inflação da economia norte-americana e a falta de liquidez de instituições bancárias, comprovada nas últimas três semanas pelo alto número de solicitações de empréstimo dessas instituições ao Swiss National Bank (SNB). Ainda vejo bastante espaço para o mercado acionário cair e, consequentemente, devido à alta correlação, derrubar novamente o mercado de criptomoedas para regiões de preços mais baixas”, disse.

Para André Franco, chefe de pesquisa do MB, a reação na terça e quarta ocorreu sem um fundamento mais sólido, ainda ligado ao movimento dos mercados tradicionais.

“Esse movimento não foi intrínseco ao mercado cripto, mas uma resposta ao que aconteceu nos mercados de risco tradicionais, que ontem tiveram um rali durante o pregão”, disse.

Segundo Franco, os dados on-chain indicam mais 5 mil bitcoins adicionados às mãos dos investidores de longo prazo (LTH) e um novo recorde atingido pela métrica.

Perto das 9h (horário de Brasília), o bitcoin tinha alta de 6,8% nas últimas 24 horas, negociado a US$ 20.623,62, enquanto o ether subia 13,5%, a US$ 1.530,19, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas é de US$ 1,04 trilhão. Em reais, o bitcoin subia 6,21% a R$ 108.180, enquanto o ethereum registrava valorização de 13,31% a R$ 8.050,98, de acordo com valores fornecidos pelo MB.

Tasso Lago, gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move, ainda vê algum viés de queda no curto prazo, pois o bitcoin ficou por muito tempo abaixo dos US$ 20 mil, valor do topo histórico anterior ao do último grande bull market da moeda digital (que levou a unidade da criptomoeda a US$ 69 mil).

Por outro lado, ele lembra que os dados on-chain indicam muita compra de bitcoins voltada ao acúmulo por investidores institucionais. “Recentemente foi sacado US$ 1 bilhão da corretora Coinbase para carteiras digitais. Ou seja, investidores estão comprando e guardando bitcoin para o longo prazo”, destaca.

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