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Bitcoin em 2023 bate valor recorde, mas o que esperar da criptomoeda para 2024?
Conhecidas por serem voláteis, as criptomoedas estão em ‘lua de mel’ com o investidor em 2023. Principalmente porque alguns dos principais ativos da categoria mais do que dobraram o retorno em investimentos neste ano. O bitcoin (BTC) está entre eles: em 12 meses, a moeda acumula alta superior a 160%.
Além disso, nesta terça-feira (5), o criptoativo superou a máxima de US$ 44 mil, maior patamar desde março de 2022. Às 14h25, a moeda digital atingiu valor de US$ 44.011 por unidade. Especialistas explicam que esta alta pode continuar em 2024.
Entre os fatores que podem levar o bitcoin a continuar em ritmo de valorização para o ano que vem, analistas ouvidos pela Inteligência Financeira citam a desaceleração da economia dos Estados Unidos, o processo de halving (leia explicação abaixo) e a criação de ETFs à vista da moeda digital.
Os fundos podem contribuir para a entrada de bilhões de dólares (e reais) de investidores institucionais, cuja falta de presença é o ponto fraco do setor em relação à bolsa ou à renda fixa.
Por que o Bitcoin (BTC) está em alta em 2023?
Analistas explicam que a alta do bitcoin (BTC) em 2023 vem de um ciclo natural de apreciação do ativo. A criptomoeda saiu de 2022 com desvalorização de 70%, enquanto algumas das chamadas altcoins, ou moedas alternativas à principal, caíram cerca de 90%.
O bitcoin saltou da cotação de US$ 16.630 por unidade no início de 2023 para US$ 44. 011 nesta terça-feira. A decolagem do ativo descentralizado segue o movimento global de investidores à procura de ativos de risco, explica o analista da Foxbit, Beto Fernandes.
Além disso, o mercado está antecipando um movimento que deve fazer preço no bitcoin para 2024: o halving. É uma etapa que visa restringir a oferta da moeda no mercado para reduzir a inflação sobre novos bitcoins.
O halving é o corte do valor cobrado por operadores do bitcoin – ou quem minerou os ativos – para cada transação feita entre dois investidores, como fazem as operadoras de máquinas de cartão com pagamentos. O processo está marcado para abril de 2024 e deve reduzir a taxa dessa comissão de 6,25% para 3,125%, e ocorre a cada quatro anos.
“No caso do bitcoin, a transação é descentralizada, e por isso, o minerador da moeda usada em wallets ganha uma comissão”, diz Fernandes. “Para tornar a moeda deflacionária, o halving entra em ação e produz um choque de oferta e demanda no mercado”, ressalta.
O mercado tende a antecipar os efeitos do evento no preço do bitcoin, o que explica a máxima de 2023. Esta é a avaliação de Rony Szuster, analista do Mercado Bitcoin.
Contudo, ele aponta que em abril, o bitcoin deve sofrer realização de lucros, já que “o mercado demora cerca de 6 meses para observar efeitos do halving na prática”.
Seguindo alta em 2023, qual o futuro do bitcoin para 2024?
O futuro do bitcoin é promissor, avaliam os especialistas. O ano que vem promete ser “ainda mais interessante” para as criptomoedas em geral, “mas especialmente para o BTC”, diz Fernando Pereira, analista da Bitget.
Outro fator que entrou no preço do bitcoin em 2023 e que pode perdurar no ano que vem é a abertura de fundos de índice de exchange (ETF, na sigla em inglês) da criptomoeda.
A SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) tem em seu crivo de análise 11 pedidos de bancos e fundos de investimento, entre eles o JPMorgan e a BlackRock, para a criação de um ETF de bitcoin no preço à vista, ou seja, no spot. A Grayscale, principal asset de criptomoedas dos EUA, pleiteou a conversão de seu fundo de contratos futuros de bitcoin para a cotação à mercado.
A diferença de um ETF de bitcoin à vista para um que negocia contratos futuros é o lastro. No caso dos fundos que irão acompanhar o preço do ativo, é necessário ter comprado a moeda para garantir o lastro, ao contrário da aquisição de um contrato.
“A expectativa de um ETF spot (à vista) contribuiu para a alta do bitcoin em 2023”, afirma Szuster. E as datas são logo após a virada do ano: a terceira apreciação do pedido do fundo da BlackRock, um dos mais aguardados pelo mercado, é em meados de janeiro.
“Acreditamos que a probabilidade desse novo instrumento ser aprovado no ano que vem é alta”, prossegue.
Analistas projetam bitcoin batendo recorde em 2024
Segundo o head de criptomoedas da Empiricus Research, Vinícius Bazan, a abertura de ETFs pode levar o bitcoin a superar a máxima histórica em 2024. Ele indica que este é um “primeiro passo” para a moeda ultrapassar US$ 69 mil porque a criação dos fundos representa “a abertura da porteira para o investidor institucional”.
“Não é estranho imaginar o mercado de criptos atingindo patamares de preços históricos em 2024”, concorda Pereira, da Bitget.
Além disso, os escândalos do mundo cripto parecem ter ficado no retrovisor dos investidores à medida que reguladores deixaram em evidência os chamados ‘players ruins’. Na avaliação de Fábio Plein, diretor regional da Coinbase para as Américas, “a exposição de atividades ilegais para o mercado levou à saída de players ruins da praça”.
Isso, por sua vez, promoveu uma “busca coletiva por transparência”. O ano marcou um “novo capítulo” para as exchanges, e a tendência é de reforço da regulamentação do mercado de criptomoedas, principalmente nos Estados Unidos.
“Esses elementos, coletivamente, estão inspirando a retomada da confiança no setor a partir de 2024.”
Fábio Plein, diretor da Coinbase nas Américas
Vale investir em ether (ETH), solana (SOL) e outras moedas?
O ano teve uma atuação mais apagada da segunda criptomoeda mais popular além do bitcoin, o ether (ETH), da rede Ethereum. A moeda teve alta de 88,1% em 2023, mas uma de suas principais concorrentes subiu muito mais.
A solana (SOL), uma das moedas mais impactadas pelo colapso da exchange FTX, voou alto na recuperação e subiu 513% até esta terça-feira, saindo de US$ 10 no início do ano para US$ 62 por unidade.
Solana e Ethereum disputam entre si a principal fatia de mercado entre as rede de blockchain para investidores, um páreo importante para a operação de tokens, por exemplo.
Fernandes, da Foxbit, explica a alta da Solano em 2023:
“As altcoins sobem com o bitcoin e, hoje, fazer transações dentro da blockchain da Ethereum é muito caro. A rede Solana é uma das oponentes do Ethereum, mas outras moedas se beneficiaram desse fluxo de transações fora da rede de ETH.”
A falência da FTX colocou em xeque a rede da Solano, já que a exchange era a principal “mecena” da rede, afirma Rony Szuster, do Mercado Bitcoin. “Existia uma grande dúvida sobre se a Solano iria sobreviver como blockchain ou não. Como ela conseguiu manter seu ecossistema funcionando, a moeda acabou recuperando mais que o bitcoin”, frisa o especialista.
Veja outras criptomoedas que podem subir em 2024, segundo analistas
Mesmo assim, o ether e o bitcoin continuam sendo as moedas preferidas para aplicações iniciando em 2024 dos analistas ouvidos pela Inteligência Financeira. A conclusão é praticamente unânime.
A cesta de apostas para o ano que vem inclui moedas de médio porte e menor liquidez, mas cujo potencial de valorização é maior do que o de ETH ou do BTC.
- Avalanche (AVAX): cotada a US$ 21,72 por unidade, é uma das apostas de valorização de Vinícius Bazan, da Empiricus, para 2024. Quem faz coro à dica é Fernandez, da Foxbit, que explica que a dona da blockchain da AVAX, a Avalanche, fez uma parceira com o titã JPMorgan para a tokenização de ativos do banco. “A partir do momento em que a Avalanche entra em um setor tão forte como o mercado bancários dos EUA, o mercado entra no hype da moeda”, afirma.
- Chainlink (LINK): a moeda se encontra hoje fora do top 10 de criptoativos no ranking da CoinGecko, mas analistas indicam que ela pode decolar no ano que vem. A Empiricus aposta na alta da moeda em 2024, enquanto o Mercado Bitcoin também monitora o ativo em busca de uma possível alta.
- Solana (SOL): A alta de solana deve persistir para 2024, aponta Szuster, do Mercado Bitcoin. “Solana tem se valorizado com diversas iniciativas positivas, aumentando usuários, fazendo airdrops (distribuição não solicitada de tokens). Vemos com bons olhos uma alocação em solana, mas num nível menor do que em bitcoin.”
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