Bitcoin tenta estancar derrocada após ‘criptos’ caírem abaixo de US$ 3 tri de valor de mercado

Principal cripto do mercado buscava ao menos recuperar o patamar de US$ 90 mil

O bitcoin (BTC) parece pelo menos estancar as perdas nesta quarta-feira (26) depois de perder os US$ 90 mil no dia anterior. A soma do valor de mercado de todas as criptomoedas do mundo despencou com o acirramento da guerra comercial ontem e agora está abaixo dos US$ 3 trilhões pela primeira vez desde que Donald Trump se tornou presidente dos Estados Unidos.

Trump fez investidores no mundo inteiro se afastarem de ativos de risco ao reafirmar que irá impor tarifas de 25% sobre produtos importados de México e Canadá. Os impactos da medida na inflação ainda são incertos, mas já colocam em risco uma continuidade no ciclo de afrouxamento monetário que o Federal Reserve (Fed) iniciou no ano passado.

Perto das 12h09 (horário de Brasília), o bitcoin subia 1,8% em 24 horas, cotado a US$ 88.050 e o ether, moeda digital da rede Ethereum, tem alta de 3,2% a US$ 2.447, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 2,98 trilhões. Em reais, o bitcoin tem ganhos de 2,1% a R$ 512.172, de acordo com valores fornecidos pelo Cointrader Monitor.

Entre as altcoins (as criptomoedas que não são o bitcoin), o XRP, token de pagamentos internacionais da Ripple, sobe 5,4% a US$ 2,29. Já a solana avança 2,7% a US$ 139,33 e o BNB (token da Binance Smart Chain) registra valorização de 3,6% a US$ 623,71.

Nos fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin à vista que operam nas bolsas americanas, foi registrado ontem um saldo líquido negativo de US$ 1,14 bilhão, o maior da história para esses ativos. Foi também o sexto pregão consecutivo de saída de capital.

Os principais responsáveis pelo fluxo negativo foram o FBTC, da Fidelity, com US$ 344,7 milhões de excesso de vendas de cotas em relação às compras e o IBIT, da BlackRock, com US$ 164,4 milhões.

Já entre os ETFs de ether, o dia foi de um fluxo negativo de US$ 50,1 milhões, somando o quarto pregão seguido com saídas. Quem impulsionou os números foi o ETHE, da Grayscale, que respondeu por US$ 27,1 milhões, enquanto o FETH, da Fidelity, teve US$ 12,5 milhões em saques.

Segundo Beto Fernandes, analista da Foxbit, o mercado de derivativos liquidou mais de US$ 1,5 bilhão em um único dia, o que naturalmente acaba pressionando ainda mais o preço do bitcoin. “Para se reequilibrar, o mercado vai precisar se lembrar de como foi o primeiro mandato de Trump. Na época, os ruídos políticos e macroeconômicos também foram uma marca registrada do governo”, destaca.

Usando análise técnica, Kais Altabbaa, gerente de negócios na Bitget, afirma que o bitcoin rompeu suportes críticos recentemente, indicando uma possível continuidade da tendência de baixa. “A perda do patamar de US$ 90 mil foi um sinal negativo, e o próximo suporte significativo está em torno de US$ 85 mil. Indicadores como o Índice de Força Relativa (IFR) mostram que o ativo está se aproximando de condições de sobrevenda, o que pode sugerir uma possível recuperação ou, caso contrário, uma intensificação da pressão vendedora”, avalia.

*Com informações do Valor Econômico

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