Dados macroeconômicos serão decisivos para rumos do bitcoin em setembro
A moeda digital tenta resistir ao mau humor do mercado e segurar o patamar de US$ 20 mil
Bitcoin, ether e as principais criptomoedas aceleraram os ganhos nesta sexta feira após a divulgação do relatório do payroll nos EUA, que indicou uma desaceleração significativa na criação de vagas de trabalho, aliviando os temores de aperto monetário rigoroso pelo Federal Reserve.
O bitcoin, que oscilava perto dos US$ 20 mil, se aproximou de US$ 20.500 seguindo o bom desempenho da Nasdaq, que abriu com alta de 0,5%. O índice tecnológico deve interromper uma sequência de cinco sessões consecutivas no vermelho.
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Os Estados Unidos criaram 315 mil vagas em agosto, de acordo com o relatório do payroll, indicando uma desaceleração significativa em relação ao dado de julho, que apontou a criação de 526 mil postos de trabalho.
Perto das 12h (horário de Brasília), o bitcoin era negociado a US$ 20.390,95, com alta de 3,2% nas últimas 24 horas, segundo o CoinGecko. Já o ether estava em US$ 1.640,91, com ganho de 7,4%. A capitalização total das criptomoedas somadas era de US$ 1,04 trilhão. Em reais, o bitcoin estava em R$ 105.761 (alta de 2,19%) e o ether em R$ 8.524 (alta de 1,06%).
Nos últimos dias, o bitcoin tem oscilado próximo de US$ 20 mil apesar da apreensão dos investidores com os ajustes na política monetária e as perspectivas de recessão, que reduzem o apelos de ações de tecnologia e de ativos com potencial de crescimento, como as criptomoedas.
O ether, moeda digital da rede ethereum, segue um caminho parecido junto com algumas das demais criptomoedas de maior capitalização com os desenvolvedores atentos para novidades em relação à atualização da rede, que entra em uma fase decisiva já na próxima terça-feira.
“É aguardado que ocorra volatilidade durante os dias em que ocorrerão o ‘Merge’. A fusão entre as redes acontecerá em duas fases, a Bellatrix, que ocorrerá no dia 6 e a Paris, que ocorrerá entre os dias 10 e 20″, disse Ayron Ferreira, chefe de análise da Titanium Asset.
“O bitcoin está muito ligado ao sentimento macro no momento. O nível de US$ 20 mil tem grande importância. Se quebrarmos abaixo disso, você verá uma queda ainda maior”, disse Gokhman à Bloomberg.
Já Israel Buzaym, especialista em criptomoedas da BitPreço, espera mais lateralização nos preços do bitcoin em setembro, embora não descarte a possibilidade de uma queda mais acentuada no valor das criptomoedas.
“Historicamente, o mês de setembro tem sido um dos piores para o bitcoin. A performance negativa vem perseguindo o mês desde 2017. É importante lembrar que esse movimento é perfeitamente comum no mercado cripto – um dos mais voláteis dentro do mercado financeiro”, disse.