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Fundos de cripto têm valorização de mais de 100% em 12 meses; gestores acreditam que alta do bitcoin se sustenta no ano
Para os gestores, o bull market do bitcoin ainda está para chegar. Mas, na prática, o investidor aplicado em fundos de criptomoedas vive o seu período de pujança.
Nos últimos doze meses, as assets especializadas no volátil negócio de compra e venda de moedas digitais, como o bitcoin e o Ethereum, acumulam retornos consideravelmente acima do mercado tradicional – aquele que opera juros, inflação, ações e câmbio.
E, segundo os profissionais do ramo, o nicho deve se manter assim por pelo menos mais um ano.
Fundos de criptomoedas X multimercados
Para se ter uma ideia, em um ano, hedge funds clássicos, como o Verde FIC FIM, de Luis Stuhlberger, ou o Kapitalo Kappa, de Carlos Woelz, não conseguem superar os 12% pagos pelo CDI. Trazem, respectivamente, rentabilidade de 10,61% e 10,11%, nos últimos 12 meses.
Por outro lado, os principais fundos passivos de cripto, como o Hashdex Bitcoin e o Empiricus Criptomedas, sobem 156,69% e 103,75%, na ordem e no mesmo período.
Esses fundos são turbinados pela alta acumulada do bitcoin, que em dólar acumula valorização de 158%. E do ethereum, a segunda moeda em valor de mercado nesta indústria, que subiu 105% em 12 meses. Veja no gráfico abaixo:
ETFs e halving explicam alta dos fundos de criptomoedas
Na opinião de Samir Kerbage, que é diretor de investimentos da Hashdex, o mercado cripto vem sustentando alta consistente desde o ano passado.
“Tivemos uma melhora, que foi ampliada com as aprovações dos ETFs de bitcoin à vista, nos Estados Unidos”, conta o gestor, que administra um patrimônio de R$ 4,9 bilhões.
Além dos novos ETFs, que ampliaram a liquidez pelo principal ativo do mercado cripto, Kerbage também aponta o halving do bitcoin, em abril, que reduziu pela metade a oferta de novas moedas no mercado.
A cada quatro anos, o código de programação do bitcoin reduz em 50% a produção de ativos, que no jargão do mercado é chamado de “mineração”.
“O evento aconteceu em abril, mas tradicionalmente, esperamos por uma alta no valor do ativo de seis a oito meses depois. Acho que a partir de agosto a gente pode ver uma forte alta na moeda”, afirma Kerbage.
Segundo o diretor da Hashdex, esse delay na valorização pós-halving ocorre porque as grandes mineradoras do mercado tendem a suprir a redução na oferta com os ativos que mantém em estoque. “O mercado devem começar a sentir a escassez do ativo a partir de agosto”, afirma.
Gestores veem bitcoin perto de US$ 100 mil
Para Marcello Cestari, trader de cripto da Empiricus, apesar da forte alta do último ano, a previsão do mercado é de ao menos mais um ano de alta. “Tem ainda uma questão diferente. O mercado nunca passou por uma desaceleração dos juros na economia americana. Isso vai beneficiar as criptos”, diz.
Kerbage, da Hashdex, aposta que todos esses fenômenos podem impulsionar em até três vezes o valor do bitcoin. Cestari não crava um número, mas acredita que paralelamente ao bitcoin, outras duas criptos, solano e ethereum, devem se beneficiar do movimento.
“As grandes gestoras estão com pedido de aplicação de ETF à vista de ethereum. O investidor institucional está de olho nesse mercado de altcoins”, destaca.
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