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Tokenização: saiba como investir em fração de imóveis, carros e até de um atleta
Que a tecnologia chegou ao mercado financeiro isso é inegável. Afinal de contas, o Pix e o Open Finance, por exemplo, estão aí para demonstrar uma parte desse avanço. E o mundo dos investimentos, claro, não poderia ficar de fora. Tanto que, atualmente, tem se falado bastante sobre tokenização.
Mas, afinal de contas, o que é tokenização? Como funciona todo esse processo de digitalização de ativos financeiros, que se tornam tokens?
A Inteligência Financeira foi atrás de especialistas que explicaram tudo sobre esse assunto. Sem esquecer de apontar as vantagens e riscos da tokenização. Ou seja, de investir em tokens.
Além disso, a gente também trouxe o olhar de um investidor pessoa física que aplica parte do seu dinheiro em tokens.
O que é tokenização?
Então, começamos pelo básico. Aliás, vale saber que para explicar o que é tokenização, é preciso entender o que é token.
“Token é um ativo digital que é transacionado ou armazenado dentro da rede blockchain [que nada mais é do que um banco de dados que permite o compartilhamento dessas informações de forma transparente]. Então, tokenizar algo é pegar um ativo, ou bem do mundo real, e criar uma representação digital”, explica Arthur Coelho, CEO da Tokeniza.
Ainda de acordo com o especialista, é possível criar uma representação digital ou várias representações digitais de um mesmo ativo. E cada uma dessas representações corresponde a uma pequena parte desse ativo.
“Digamos que eu tenha um apartamento e eu vou tokenizar esse imóvel. Então, por exemplo, eu vou criar 10 representações digitais desse apartamento e cada representação digital equivale a 10% desse imóvel. Portanto, tokenização é isso, é criar uma ou mais representações digitais de um bem ou de qualquer coisa”, acrescenta Coelho.
Tipos de tokens
Deu para perceber que na tokenização “o céu é o limite”. Afinal, é possível encontrar tokens de diversos setores.
Então você pode ter um token imobiliário que é lastreado em imóvel, um token de um artista ou atleta que é lastreado nas carreiras desses profissionais. Além disso, dá para investir em token de uma obra de arte, de um veículo, de uma embarcação, de um avião, entre outros itens ou serviços.
“Então, por exemplo, se eu crio um token de uma empresa de empréstimo, o token pode ser utilizado para você ter crédito ou pagar dívida. Esse é o chamado token de utilidade”, conta Tasso Lago, especialista em cripto na Financial Move.
E se você pensou nas criptomoedas como um token, saiba que sua percepção está correta. Isso porque cada moeda digital tem o seu token.
“Então o ethereum (ETH), por exemplo, tem seu token em ether, que é como se fosse a representatividade de uma empresa. Até porque, o ethereum é um projeto, é uma empresa descentralizada, sem um presidente ou um dono. E o token ether tem algumas funções nesse ecossistema”, afirma Lago.
Curto, médio ou longo prazo
Inclusive, os tokens possuem vários períodos de vencimento. Existem aqueles com prazo de vencimento de 40 meses, ou até mesmo de 70 meses. “A gente está buscando agora um pouco de investimento que é mais curto prazo, que é de três, quatro meses. Por isso, vai depender do grau de apetite e do objetivo do investidor”, argumenta Arthur Coelho.
Tokenização e o perfil de investidor
Diante dessas explicações sobre o mundo dos tokens, com certeza você deve estar se perguntando se todos os investidores podem entrar no mundo da tokenização.
Saiba que sim. Qualquer pessoa pode aplicar parte de seu patrimônio em um ativo digital. Porém, segundo Tasso Lago, investir em token é mais indicado para o perfil moderado para cima.
“Porque qualquer investimento em token pode ir a zero. É um investimento bem volátil. Então, para um investidor conservador passar por tamanha volatilidade, não é aconselhável, porque ele não tem esse perfil”, comenta.
Riscos de investir em tokens
Aliás, uma das desvantagens de entrar no mundo da tokenização está nessa instabilidade. “Afinal de contas, uma vez que os tokens representam revoluções tecnológicas, quando você está nesse ramo de inovação, o risco do setor é alto”, comenta Lago.
Além disso, outro risco seria de o projeto dar errado. “Digamos que exista um token imobiliário em que a empresa colocou como garantia um apartamento, caso o ativo dê errado. Mas aí, o prédio caiu. Nesse caso, o investidor não só não terá retorno financeiro, como também perde a garantia”, explica Coelho.
Vantagens da tokenização
Por outro lado, se você perceber que o token pode dar errado, é possível vender esse ativo digital no mercado secundário. E no momento que você quiser. O que pode ser considerado como uma vantagem da tokenização.
E é bem tranquila essa venda, pois é feita apenas dentro da plataforma da sua corretora. Isso, atualmente, é uma exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que não permite que esse token seja vendido em outro lugar.
“Além disso, você tem a transparência e a segurança de um token que está registrado na blockchain, além de ter um contrato de oferta pública em que estão todas as informações dessa negociação. Então, é mais uma garantia de transparência e imutabilidade que a própria blockchain garante”, argumenta o CEO da Tokeniza.
Outro benefício de investir em tokens é que o investidor estará comprando um ativo com bastante potencial de lucro.
“Vamos supor que uma pessoa coloque 2% do seu patrimônio em criptomoedas. E aí, esses tokens se valorizam cinco vezes, ou 500%. Então, esses 2% dela viram 10% do patrimônio total em um ano, por exemplo”, explica Tasso Lago.
E foi com esse olhar que o gestor comercial Douglas Chaves, 30, decidiu investir em ativos digitais. “Além do rendimento acima do mercado, achei interessante o fato de os tokens terem um lastro. O que me dá segurança e me permite ter uma estratégia de diversificar minha carteira”, afirma.
Douglas conta ainda que possui ações na bolsa de valores brasileiras, a B3, e que a diferença está na rentabilidade e na forma como ele acompanha esses produtos. “Os projetos tokenizados, por exemplo, me permitem acompanhar a evolução de forma mais próxima”, diz.
Passo a passo de como investir em token
Bem, agora que você teve essa verdadeira aula sobre tokenização, é hora de aprender como investir em token. Confira só o passo a passo feito por Arthur Coelho.
1. Faça um cadastro em uma corretora de valores
E aí, pode ser uma instituição brasileira ou internacional. Desse modo, é só entrar na plataforma, fazer o cadastro e ver os investimentos que têm disponíveis.
2. Leia atentamente o contrato
É preciso se atentar à documentação envolvendo o token que escolher para investir. Lá, você encontra informações como o tipo de investimento e o retorno financeiro desse ativo digital.
“Caso esteja tudo de acordo com o que você busca de objetivo, é hora de colocar o quanto quer investir e assinar o contrato que envolve a corretora, você e o captador”, conta Coelho.
3. Faça o pagamento
Aqui é simples. Você irá transferir o valor que determinou para investir no token. E o pagamento pode ser via Pix ou dinheiro, se tiver uma conta na plataforma da corretora escolhida.
E aí, investimento feito. Agora, é só acompanhar o retorno financeiro do token escolhido, como faz o Douglas, que teve, até agora, apenas bons frutos vindos da tokenização.
“Todos os tokens que investi estão dando o retorno esperado e já tive alguns tokens que foram liquidados com rentabilidade acima do previsto. Está bem positiva a minha experiência por enquanto”, diz.
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