Um dos homens mais ricos do mundo e fundador da Microsoft, Bill Gates colocou boa parte da sua fortuna em um setor específico. Errou quem imaginou que fosse tecnologia. O bilionário aposta alto no setor da agricultura e se tornou o maior proprietário de terras rurais dos Estados Unidos. Hoje, ele tem um patrimônio líquido de quase US$ 121 bilhões, com um portfólio de terras agrícolas em 18 Estados.
Durante uma entrevista, o fundador da Microsoft disse que a ciência de sementes e o desenvolvimento de biocombustíveis foram os principais motivos das aquisições de terras. Segundo Bill Gates, o setor agrícola é importante por várias razões: lidar com dificuldades climáticas e resolver problemas relacionados à emissão de carbono, por exemplo.
No Brasil, o agronegócio tem apresentado bons números. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro cresceu 8,36%, no ano passado, enquanto o PIB nacional avançou 4,6%. A participação do setor alcançou 27,4% no PIB do país, a maior desde 2004.
Se até o homem da tecnologia investe em agro, você também pode considerar garantir um pedacinho (mesmo que infinitamente menor) do setor. “Ainda existem grandes investimentos a serem feitos no agro mundo afora. Olhando para o Brasil, tem muita tecnologia e maquinários para serem levados para o campo, o que vai se traduzir em produções maiores ao longo dos próximos anos. Para o investidor, é interessante ter uma reserva do patrimônio em agro”, ressalta Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.
Opções para todos os perfis
A boa notícia é que você não precisa ter uma fazenda para ganhar dinheiro com agro. Para quem quer investir, o mercado oferece produtos como Certificados de Recebíveis Agrícolas (CRAs), as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), os Fiagros (Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) e as ações de companhias listadas na B3.
Cada um dos produtos tem suas características e é indicado para um determinado perfil de investidor. Os Certificados de Recebíveis Agrícolas, por exemplo, são títulos de renda fixa emitidos por instituições securitizadoras com o objetivo de financiar o setor agrícola.
Já os Fiagros, lançados no ano passado, são inspirados nos fundos imobiliários, com adaptações para o cenário rural. Como um ativo de renda variável, a rentabilidade varia. De acordo com dados da Economatica, o Riza Agro-Fiagro Imobiliário (RZAG11), primeiro Fiagro que estreou na B3, acumula 4% de retorno desde a estreia, em outubro do ano passado, e 5,23% em 2022. Entre os piores resultados está o Fiagro Bbgo (BBGO11), que registrou até março deste ano um retorno negativo, de − 13,30%.
“O ideal é que perfis conservadores ou moderados foquem em ativos de renda fixa, como os CRAs ou LCAs. Já os Fiagro ou outros fundos que investem no setor são voltados para perfis mais agressivos, pois são investimentos voláteis“, ressalta Gustavo. A dica é ficar atento aos prazos: o investimento em agro geralmente requer uma estratégia de longo prazo. “Nem sempre você vai investir em recursos que vão trazer resultados em um ano. Mas, acredito que tenham muitas oportunidades e que esse é um setor muito sólido”.