Bolsa ou renda fixa? Gestor dos gestores aposta nas ações brasileiras; descubra quais
Em entrevista ao PodInvestir, Bruno Coutinho conta os papéis que fazem parte de sua carteira de R$ 2,2 bi
Bolsa de valores ou títulos de renda fixa? No momento em que os ativos conservadores entregam sem muito sufoco um retorno de 1% ao mês, por que um dos principais investidores do mercado está com 40% de seu portfólio, de R$ 2,2 bilhões, aplicado em ações de empresas brasileiras?
Bruno Coutinho, presidente e diretor de investimentos da Mar Asset, é chamado pelo mercado de gestor dos gestores. Isso porque seu fundo, um dos únicos multimercados com boa performance nos últimos anos, é acessado principalmente por outras assets ou family offices.
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Em entrevista ao podcast PodInvestir, da Inteligência Financeira, ele diz que espera por uma esticada nas ações, mesmo em tempos de renda fixa com alto retorno. E explica os motivos que fundamentam essa crença. Para ele, entre bolsa e renda fixa, a opção é a primeira.
Para conferir a entrevista completa, assista em áudio ou vídeo pelo Spotify ou pelo YouTube, aqui. Ou pelos principais players de podcast do mercado.
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Ações baratas
Segundo Bruno Coutinho, numa análise top down (do macro para o micro), há ao menos sete empresas com excelente gestão e, neste momento, com ações baratas.
Segundo ele, essas ações são cartadas certeiras para ganhar dinheiro.
“A nossa maneira de pensar é que nós nunca tivemos nas nossas carreiras a oportunidade de investir nas melhores empresas brasileiras a preços tão baratos”, disse Bruno Coutinho.
Quais ações ele recomenda?
Na opinião de Coutinho, o setor mais quente da bolsa de valores brasileira, neste momento, é o de utilities. O setor engloba indústrias de serviços essenciais, como água, gás e energia.
“As transmissoras (de energia elétrica) são empresas bem tocadas, com uma estabilidade de fluxo de caixa muito grandes”, afirma.
Exatamente por isso, a principal posição no portfólio de ações da Mar Asset neste momento é a Equatorial Energia (EQTL3).
A holding atua nos segmentos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Mas também se movimento no segmento de saneamento básico e de telecomunicações.
“No início do ano, tinha uma dúvida muito grande se a empresa seria capaz de alocar capital a boas taxas. E eles fizeram o deal da Sabesp. Num leilão, como os únicos ofertantes”, conta Bruno Coutinho.
Outra geradora de energia na carteira do gestor é a Alupar (ALUP11). E também a Eneva (ENEV3).
No segmento bancário, os destaques são Nubank (ROXO34) e BTG (BPAC11). “(Também gostamos de) algumas coisas um pouco mais cíclicas, um pouco mais arriscadas. Do tipo GPS (GGPS3) ou Hapvida (HAPV3), que também (estão) muito descontadas, mas que tem um pouco mais de convexidade”, afirma.
Horizonte de investimento
Mas aos que buscam retornos de curtíssimo prazo, um aviso: o gestor monta suas teses olhando de um ano e meio a três anos para a frente.
“Em que o momento que isso vai virar cota? A gente não sabe dizer”, afirma.
“Mas dá para organizar o portfólio de forma com que consigamos ter paciência para que a tese de frutos. E tem que combinar com a nossa base de investidores para que eles tenham paciência”, destaca.