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Conheça a carteira de investimentos de Thomas Wu, da Itaú Asset, para os próximos 20 anos

Economista-chefe da Itaú Asset conta quais os ativos não podem faltar numa carta de investimentos para o mundo pós guerra comercial e dominado por robôs e inteligência artificial

Em um mundo machucado pela guerra comercial, com a ascensão da China e políticas protecionistas dos Estados Unidos, a maior economia do mundo, Thomas Wu, economista-chefe da Itaú Asset, aposta em um tripé de opções para montar uma carteira de investimentos do futuro, que se mantenha competitiva para daqui até os próximos 20 anos.

Para ele, o investidor não pode desacreditar no potencial dos Estados Unidos. Mas tem de levar em consideração a China e os grandes produtores de commodites do mundo, onde o Brasil se inclui.

Thomas Wu é o novo entrevistado do PodInvestir, podcast original da Inteligência Financeira.

Ele encerra a série com quatro programas dedicados a compreender como o mercado financeiro brasileiro está reagindo aos frenéticos 100 primeiros dias de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos.

O PodInvestir está disponível nas principais plataforma de áudio e vídeo.

Exposição à Ásia

Para Wu, os consumidores do mundo vão falar abertamente sobre robôs como assistente pessoais daqui a pouco tempo. Eles serão integrados à Inteligência Artificial e farão tarefas domésticas.

“O seu primeiro robô será chinês”, ele disse, dizendo que é impossível pensar em uma carteira de ações para os próximos anos sem incluir ao menos duas ações de empresas chinesas no portfólio.

“Nesses próximos 20 anos, a importância relativa da China vai ser muito maior do que ela é hoje. Talvez ela não vá passar os Estados Unidos. Mas a gente está num mundo bipolar economicamente, com dois polos. E (a carteira) tem que ter mais exposição à Ásia”, contou

Dólar: moeda de valor

Apesar das indefinições atuais, causadas principalmente pela política protecionista do presidente Donald Trump, os Estados Unidos devem permanecer como um mercado considerado seguro pelos investidores. Embora, num outro patamar, um pouco reduzido, disse o economista-chefe da Itaú Asset.

“Os Estados Unidos vai continuar sendo a moeda de reserva. Eu acho que, de certa forma, por mais que essas bagunças tenham acontecido, as pessoas sentem um conforto no judiciário americano, de que alguns direitos e alguns contratos vão ser respeitados”, explicou.

América Latina

Outro investimento que segundo Thomas Wu deve estar no portfólio do investidor para os próximos 20 anos, são as empresas exportadoras de commodities.

Aqui, ele destaca mercados latino-americanos, em especial o Brasil, o Chile e a Colômbia.

“Eu não me preocupo muito com o Brasil. A nossa aproximação com a China seria economicamente vantajosa para a gente. Um mundo que é intensivo em produtos como robôs, carros elétricos, turbinas eólicas, painéis solares vai precisar de ferro ou algum derivado de petróleo, que é o plástico. E a gente tem uns dois”, disse.

Europa

Para o especialista, a Europa enfrenta uma dificuldade grande, principalmente a Alemanha, que confronta a China em sua produção tecnológica, com a automobilística.

Para ele, a saída para o bloco pode ser o recentemente anunciado investimento em defesa. Após os Estados Unidos sinalizarem que vão reduzir os aportes e sua presença na Otan, os países europeus anunciaram planos de investimento para se rearmarem. A grande ameaça para os próximos anos é a Rússia.

“Isso (do recuo dos Estados Unidos na segurança da Europa) não é um capricho do trumpista. Mas é que os Estados Unidos, como um todo, não são mais um aliado confiável”, afirmou Thomas Wu.

“Eu não sei se o Trump é uma causa ou na verdade é um sintoma de um país que está cansado de gastar dinheiro com o resto do mundo”, afirmou. Segundo o economista, no entanto, ele não vê a Europa comprando armamento chinês. “É curioso, mas aí já eu acho que eles vão tentar fabricar muita coisa lá dentro (na Europa) e muito (será comprado) nos Estados Unidos”, destacou.

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