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Colapso do SVB e Credit Suisse deram medo? Pois conheça os ativos mais seguros para investir
Com a crise bancária internacional, muita gente se pergunta: onde investir dinheiro de maneira segura, sem correr riscos de o banco quebrar? Pois, desde que o SVB (Silicon Valley Bank) e o Signature Bank foram à bancarrota, o medo de efeito dominó sobre o sistema financeiro ganhou as manchetes do mundo.
Aliás, o último a dar sinais de problemas graves foi o Credit Suisse. Um dos maiores bancos do mundo acabou sendo vendido para o UBS por US$ 3,25 bilhões.
Apesar de ter salvado o centenário banco suíço de ir à lona, a operação não poupou todos os investidores de prejuízos. Entenda aqui, com a Inteligência Financeira.
E nestes momentos, vimos cenas insólitas. Nos Estados Unidos, muitos investidores chegaram a correr até as agências e deram de cara com a porta. No momento, reguladores americanos garantem que todos os depósitos serão honrados pelo Tesouro americano. Mas, e se essa crise bancária se desdobrasse por aqui?
Apesar de várias casas de análise informarem que o alto grau de regulação e a falta de ligação entre estes eventos e o sistema bancário brasileiro não despertaram preocupação, sempre é bom se prevenir.
Para saber onde investir de maneira segura durante a crise bancária, a Inteligência Financeira conversou com analistas do mercado para tirar a dúvida: onde investir dinheiro de forma segura?
Tesouro Selic contra a crise bancária
André Alírio, economista da Nova Futura, diz que o momento pede a alocação dos investimentos nos títulos mais seguros. Aliás, ele lembra que são diversos os fatores além da crise bancária atual que exigem cautela.
“Estamos saindo de uma pandemia e o resultado dessa saída são questões fiscais associadas a um problema de inflação no mundo. Agora, temos as consequências das políticas monetárias implementadas naquele momento para fazer esse enfrentamento”, diz
Com isso, ele indica os títulos da dívida pública durante uma crise bancária. “Você precisa ser o mais conservador possível. Há muitos riscos associados além dos que já enfrentamos tradicionalmente. O Tesouro Selic é o mais seguro”, diz
Além disso, neste cenário de aversão a risco, ele diz que os títulos pós-fixados atrelados à Selic são os mais recomendados.
Aliás, Paula Bento, sócia da HCI Invest e planejadora financeira CFP© pela Planejar, explica também que os títulos da dívida pública são uma boa opção para manter liquidez diária e acompanhar a taxa de juros (Selic).
“Sem correr riscos, pois trata-se de títulos soberanos e considerados o menor risco do mercado. Para quem pode deixar recursos para médio e longo prazo, ter títulos do Tesouro atrelados à inflação também é uma ótima alternativa. Porém estamos fazendo escolhas de prazos não tão longos, dadas as incertezas no longo prazo”, diz.
O Tesouro Direto permite aplicações a partir de R$ 30 (saiba mais no por meio do site oficial do governo).
Títulos bancários durante a crise bancária
Investir em títulos bancários em meio à crise bancária internacional? Calma, que tudo tem explicação. Grandes casas de análise internacional como o JP Morgan já informaram que o risco de contaminação para o setor no Brasil é baixa.
Mesmo assim, André aconselha títulos bancários de instituições com melhores avaliações de risco. Segundo ele, bancos com rating acima de BBB devem ser o alvo dos investidores nestes tipos de aplicação.
Com isso, Paula lembra que títulos bancários como os Certificados de Depósito Bancários (CDBs), Letras de Crédito Imobiliários (LCI) e Letras de Crédito Agrário (LCA) são boas opções. Mas é importante que o investidor escolha instituições sólidas, especialmente em um momento de crise bancária.
“Títulos bancários como LCI, LCA e CDB são interessantes, especialmente as pós -fixadas, que acompanham o CDI. É preciso ter muita cautela na escolha deste tipo de investimento, pois são emitidos por bancos e o Fundo Garantidor de Crédito protege até R$ 250 mil por emissor. A escolha de bons títulos e prazos mais curtos mitiga o risco de um eventual calote”, afirma.
Além disso, caso algum título esteja sendo oferecido com taxas de juros muito acima do mercado, desconfie. ”A diversificação sempre será a melhor estratégia para todos os investidores”, lembra Paula.
Ouro e dólar para proteger seu bolso
Dois dos investimentos que muitos se apegam como em momentos de uma crise bancária, são o ouro e o dólar.
Mas como qualquer aplicação, tem vantagens e desvantagens. Será que eles são bons ativos neste momento?
“São instrumentos de proteção e um percentual desses ativos são indicados como se fosse um ‘seguro’ nas carteiras de investimento. O que o investidor precisa entender é que em tempos de mares mais calmos, esses ativos, principalmente o ouro, não vão performar bem na carteira”, lembra Paula.
Como investir em ouro?
Paula diz que este tipo de investimento deve ser estrutural , ou seja, ter sempre esse percentual como um seguro, entendendo que se ele não estiver indo bem ,ok, pois cumpre seu papel na estrutura da carteira.
“Ouro pode ser comprado via Fundos de Índices, conhecidos como ETFs, em ambiente de Bolsa, tanto no Brasil quanto no Exterior, fundos de investimentos e ainda o físico, em bancos ou corretoras autorizadas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários)”, lembra a analista.
Já André lembra que o ouro é um ativo lembrado em momentos de incertezas, mas não é para todo tipo de investidor. “Agora não é tão simples para todo mundo. Você tem fundos que investem nele, mas você consegue absorver boa parte dessa proteção em um ativo como a LFT. Talvez você não tenha muitas vantagens em termos de proteção para deixar a simplicidade da LFT e entrar numa aplicação em ouro”, afirma.
Como e por que investir em dólar?
Aliás, com relação ao dólar, o raciocínio vai no mesmo sentido. Ele explica que com a crise bancária ainda há muitas incertezas tanto no cenário econômico nacional quanto internacional. Com isso, muitas das medidas que serão tomadas nos próximos meses é que deverão sinalizar para onde vai a moeda americana.
“Embora você tenha uma proteção em uma moeda forte, a gente não tem ainda uma certeza da direção que a autoridade monetária vai tomar de agora em diante, especialmente com essa crise dos bancos”, diz.
Ele diz que vai depender de como o FED, autoridade monetária americana, vai reagir diante do atual cenário. “Para o investidor brasileiro médio tem um alto grau de volatilidade neste momento”, diz.
Renda variável contra crise bancária
Na renda variável, a seara é mais complexa. Uma boa opção durante a crise bancária é escolher fundos com bons gestores. Mas lembre-se, os riscos são maiores e é preciso saber se esse é o seu perfil de investidor.
“A renda variável apresenta oportunidades em empresas resilientes e que estão a bons preços, que podem ser compradas diretamente na Bolsa de Valores. Aliás, ou através de fundos de ações. Lembrando que esse tipo de investimento é para longo prazo e para quem tem perfil”, afirma Paula.
Ela lembra, no entanto, que são investimentos com alta volatilidade, principalmente no momento como o atual, onde ainda há incertezas tanto em nossa economia, quanto no cenário global.
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