Debêntures dominam os lançamentos no mercado de capitais

Levantamento da Anbima mostra que as emissões caíram 17% em um mês, e quase 5% no ano

As debêntures representaram 56,4% do total emitido em abril, segundo Boletim de Mercado de Capitais da Anbima. O documento, mostra que as emissões de renda fixa somaram R$ 29,8 bilhões no quarto mês do ano e já acumulam R$ 119,2 bilhões em 2022, contra R$ 90,4 bilhões do mesmo período de 2021.

Segundo a Anbima, o FIDC apresentou quase o dobro das emissões de março (R$ 1,8 bilhão) para abril (R$ 3,6 bilhões), enquanto os demais produtos de cessão de crédito (CRI e CRA) somaram R$ 3,7 bilhões e R$ 2,2 bilhões no mês, respectivamente.

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Queda nos investimentos

Em abril, as emissões de mercado de capitais captaram volume de R$ 32,5 bilhões, uma redução de 17% em relação a março. No ano, o total emitido foi de R$ 138 bilhões contra R$ 145 bilhões do mesmo período de 2021, uma redução de 4,8% – esse resultado é reflexo da diminuição das emissões de renda variável desde o início do ciclo de alta dos juros, em março do ano passado. Os dados da Anbima mostram que as ofertas em andamento e em análise registraram volumes de R$ 6 bilhões e R$ 15,3 bilhões, respectivamente (desconsiderando o volume das ofertas de ações).

O que as emissoras fazem com o dinheiro que captam?

De janeiro a abril deste ano, as debêntures captaram R$ 74 bilhões e a maior parte desses recursos vieram dos intermediários e demais participantes ligados à oferta, que compraram uma parcela de 49,5% das colocações, seguidos dos fundos de investimentos com 38,6%. Em relação às destinações, as empresas emissoras direcionaram 31% dos recursos para capital de giro e 29,1% para refinanciamento do passivo, seguido de 12% utilizado para investimentos em infraestrutura.

A falta que fazem os IPOs

Por outro lado, a direção da Anbima alerta ainda que no mercado de renda variável já se vão três meses sem IPOs. O último registro foi em janeiro deste ano, uma operação de R$ 405,7 milhões do Nubank. A expectativa de que os juros aumentem ainda mais e permaneça elevado por mais tempo, reflete um cenário desafiador para uma primeira colocação de ações.

A Anbima ainda informa que, de forma inversa, as emissões de follow-ons (ofertas subsequentes de ações) se mostraram mais resilientes do que as de ações (ofertas primárias). Em abril, apresentaram volume de R$ 629 milhões, registrando emissões de R$ 11,9 bilhões no acumulado de 2022, o que representa 93,6% do total emitido em renda variável no período. No mercado externo, foram registradas somente duas operações de renda fixa em abril, que somaram US$ 663 milhões.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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