Esqueça as ‘Sete Magníficas’: as ‘Dez Incríveis’ da China são a aposta tecnológica para 2025
- Empresas chinesas como Alibaba e Tencent superam gigantes americanas em tecnologia.
- Avanços em IA, liderados pela DeepSeek, impulsionam o setor na China.
- Ações chinesas apresentam avaliações mais baixas que seus pares americanos.
- Analistas veem potencial de crescimento significativo para as empresas chinesas.
- Menor dependência de exportações para os EUA reduz riscos de guerra comercial.
Nvidia, Tesla e o resto das grandes empresas de tecnologia estão passando por dificuldades, enquanto as “Dez Incríveis” da China — Alibaba, Tencent, Meituan, Xiaomi, JD.Com, NetEase, Baidu, BYD, Geely e SMIC — não estão.
Isso levanta a questão: as “Sete Magníficas” são coisa do passado e é hora de focar nos seus concorrentes chineses?
A resposta, segundo YT Boon, chefe de temáticas para a Ásia da Neuberger Berman, é um retumbante sim.
Avanços em inteligência artificial
Para começar, o surgimento de tecnologia de inteligência artificial mais barata desenvolvida pela empresa chinesa DeepSeek pode ter dado início a uma nova onda de investimentos em IA na China — e isso deve beneficiar as principais empresas chinesas.
“Com o DeepSeek, a China pode ter o seu momento OpenAI”, diz ele, referindo-se ao desenvolvedor do ChatGPT que lançou a mania por ações de IA nos EUA, como a Nvidia.
Boon argumenta que a ascensão do DeepSeek levará a uma mudança significativa em como o governo da China trata suas grandes empresas de tecnologia após uma repressão e o aumento das regulamentações a partir de 2020.
“Pequim vê uma maneira de sair de uma situação econômica difícil”, diz ele. “Eles precisam do setor de tecnologia para investir. Isso é uma mudança gigantesca.”
Ações das ‘Dez Incríveis’ ainda parecem estar baratas
Isso significa que o renascimento das empresas de tecnologia chinesas pode ter começado há pouco, apesar de um enorme rali neste ano.
O fundo de índice KraneShares CSI China Internet, que possui muitas das ações das “Dez Incríveis”, subiu mais de 20% este ano, enquanto o ETF Roundhill Magnificent Seven caiu 12%.
Apesar dessa superação, muitas das principais ações com crescimento chinesas ainda parecem relativamente baratas.
O líder em busca e IA, Baidu, está sendo negociado a apenas dez vezes as estimativas de lucro para este ano, em comparação com uma relação preço/lucro de 19 para a Alphabet, dona do Google, a mais barata das “Sete Magníficas”.
O preço/lucro da Alibaba é de apenas 15, enquanto o da Amazon é de 31,5. A dona do WeChat, Tencent, é negociada por cerca de 18 vezes, enquanto a controladora do Facebook e Instagram, Meta Platforms, está avaliada em 24 vezes.
E o fabricante de carros elétricos BYD tem um múltiplo de 20 — bem abaixo do preço/lucro da Tesla, que é quase 100.
“As avaliações para todo o grupo ainda estão em níveis baixos em comparação com seus pares dos EUA”, diz Boon.
Guerra comercial com EUA não afetaria tanto as chinesas
Rick Pitcairn, estrategista global-chefe da Pitcairn, diz que acredita que há mais espaço para alta para as principais ações chinesas devido aos seus preços mais atraentes.
“Ainda sou um pouco cauteloso com as grandes tecnologias de alto valor”, diz ele. “Mais dinheiro pode sair das Sete Magníficas.”
Boon diz que não está preocupado com uma possível guerra comercial entre os EUA e a China, já que muitas das principais empresas de tecnologia chinesas dependem mais dos consumidores chineses do que das exportações para os EUA e outros países.
Ele gosta da Alibaba e da BYD, assim como da Xiaomi, que ele descreve como uma mistura da Apple e da Tesla, já que fabrica telefones e carros elétricos autônomos.
“Ainda há um grande espaço para crescimento”, diz ele, referindo-se à Xiaomi. “Eles ainda têm uma vantagem no seu mercado doméstico, que é um mercado muito grande.”
Nesse sentido, os analistas estão prevendo um aumento de quase 25% nos lucros da Xiaomi nos próximos anos, de acordo com estimativas da FactSet. Mas Wall Street está prevendo apenas 7% de crescimento anual nos lucros da Apple.
*Com informações do Valor Econômico
Leia a seguir